Aos poucos

Retorno dos ônibus em Curitiba e Região acontece de forma parcial nesta manhã

O retorno parcial dos ônibus às ruas de Curitiba e região metropolitana no final do dia de ontem, após nova audiência no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), alivia momentaneamente os transtornos de trabalhadores e usuários do transporte coletivo, mas está longe de colocar um ponto final na novela da Rede Integrada de Transporte (RIT).

No Terminal do Cachoeira, porém, passageiros reclamavam da falta de ônibus. Por lá, vários usuários flagraram marginais estourando pneus de ônibus que chegavam ao local. Até por volta das 7h30, ninguém havia embarcado no local. Segundo relatos, vários ônibus chegavam ao terminal, mas, ao se aproximarem, desviavam por conta dos homens que esvaziavam e estouravam pneus. Em Almirante Tamandaré passageiros também encontram problemas.

O imbróglio

Após dois dias de braços cruzados, em que a decisão judicial para manter frota mínima foi descumprida, motoristas e cobradores concordaram em voltar ao trabalho ontem mediante a promessa da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) de pagar até amanhã R$ 5 milhões dos mais de R$ 15 milhões atrasados de 2014 à Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e empresas.

Este valor regulariza os 40% de adiantamento salarial, que deveriam ter sido pagos no dia 20. Pelo acordo firmado no TRT, 80% da frota voltaria a operar ontem e a circulação será integralmente restabelecida a partir do momento em que os vales forem totalmente acertados. A Comec vai parcelar o restante da dívida em sete vezes. Nesta manhã, porém, algumas garagens ainda estavam com ônibus atravessados em suas saídas.

Situação no Terminal Cachoeira está complicada nesta manhã. (Colaboração/Leitor)

No dia 6 de fevereiro, as empresas devem acertar os salários de janeiro. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), com a quitação dos atrasados e continuidade dos pagamentos em dia, não haverá problema com o pagamento dos funcionários.

Porém há mais um fator que preocupa: a negociação do acordo coletivo nem começou e a categoria não descarta nova greve na sequência, se não houver acordo com os patrões. O TRT já marcou para 5 de fevereiro nova audiência para discutir a data-base de motoristas e cobradores, que é fevereiro.

Tarifa mais salgada

De certo mesmo, só o aumento da passagem no final de fevereiro, que, segundo a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), refletirá o reajuste salarial dos trabalhadores – que representa quase 50% da planilha de custos do sistema. Nos últimos anos, o aumento médio girou ao redor de 10%. Desta vez, a pedida do Sindimoc é de correção de 12,84% nos salários, o que representa o dobro da inflação nos últimos doze meses. Enquanto isso, a alíquota do IPVA subiu 40%, o ITBI 20,8%, o salário do governador Beto Richa (PSDB) e secretários 14,6%, o IPTU mais de 11% e o ICMS 7%.

Além disso, prefeitura da capital e governo do Estado ainda não chegaram a um consenso sobre a continuidade da integração física e tarifária, já que até o momento divergem sobre valores de subsídio e responsabilidade pelos pagamentos às empresas urbanas e metropolitanas. Aguarde os próximos capítulos!