Com o pires na mão

Vigilância Sanitária interdita ambulatório do Hospital Evangélico

Após vários alertas, a Vigilância Sanitária de Curitiba interditou, na manhã desta terça-feira (11), uma ala do ambulatório do Hospital Evangélico localizado em um imóvel na Rua Carlos de Carvalho, no Batel. Os consultórios de três especialidades médicas (oftalmologia, ortopedia e obstetrícia) correm o risco de não funcionar a partir da próxima quarta-feira (19). Para minimizar os transtornos à população, a Vigilância autorizou a instituição a manter os atendimentos no local até terça-feira (18), prazo final dado ao Evangélico para remanejar as consultas já agendadas.

A situação precária do espaço foi manchete da Tribuna do último dia 26 de julho. A reportagem mostrou que os consultórios funcionavam improvisados numa garagem, sem ventilação, e os pacientes precisavam aguardar a triagem em meio a recipientes de descarte de lixo hospitalar. Além disso, há apenas uma rampa de acesso – projetada para passagem de veículos – sem corrimão, o que já ocasionou queda de pacientes idosos e dificulta a mobilidade de mães com bebês. No ambulatório 1 são atendidas em média 800 pessoas por dia.

Desde abril, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) acionou a Vigilância Sanitária e o Ministério Público do Trabalho para tomarem providências em relação à situação. Segundo a Vigilância, a interdição foi decidida após o descumprimento de vários prazos estabelecidos pelo órgão para adequações no local.

No dia 4 de julho, a Vigilância fixou prazo de 30 dias para adequações no sistema de ventilação e no gerenciamento de resíduos de saúde do ambulatório. Pediu também que fossem providenciadas pias para lavar as mãos e sanitários, entre outros pontos. 

Vencido o prazo, o Evangélico informou que pretendia fazer reformas no local, mas que, motivada por reclamações de funcionários e pacientes, a direção optou por transferir o ambulatório para outro imóvel. Por este motivo, a Vigilância estabeleceu prazo de 60 dias para a mudança – tempo que se esgotou no último dia 5 de novembro.

A assessoria de imprensa do hospital informou que houve um atraso na mudança de local e que seu departamento jurídico iria negociar com a Vigilância a prorrogação do prazo para desocupação do subsolo do imóvel. Mas ressaltou que as demais especialidades, no térreo e primeiro andar, não são afetadas pela interdição e seguem funcionando normalmente.