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Policial envolvido na morte de adversário em jogo de futebol pode ser preso

Depoimentos de testemunhas e imagens feitas no dia do crime que foram analisadas pela Polícia Civil podem mudar o rumo das investigações da morte de Gilson da Costa de Camargo, de 28 anos. Conforme o delegado responsável pelas investigações, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o policial militar do 22º Batalhão, autor do crime, pode ser preso por homicídio.

Antes, o crime era investigado como legítima defesa, já que o policial alegava que Gilson estava armado e teria reagido a uma suposta abordagem. Acontece que depois de alguns depoimentos, o delegado começou a desconfiar das afirmações. A arma, um revólver calibre 38, que foi entregue na delegacia como sendo de Gilson, pode ter sido plantada.

O crime aconteceu no início da tarde de domingo (17), no bairro Santa Rosa. Segundo os relatos, após ser expulso da partida, Gilson, que estaria segurando uma garrafa de água, se aproximou da grade do campo para passar instruções ao seu time. O policial militar, que disse ter recebido informação de que o rapaz estaria armado, teria dado voz de abordagem e disparado pelo menos duas vezes contra o adversário, que não resistiu e morreu no local.

Reprodução/Facebook
Gilson não tinha antecedentes criminais. 

Algo deu errado

De acordo com as investigações, Gilson foi morto com dois tiros, dados pelas costas, e não teria esboçado reação. Para o delegado, resta saber de onde veio o revólver calibre 38 apresentado na delegacia. “Nós solicitamos a fabrica da arma, para sabermos onde foi vendida, qual foi a primeira pessoa a ter essa arma. Vamos apurar, além do crime de homicídio, também se houve crime de fraude processual”, disse o delegado Messias Antônio da Rosa, em entrevista ao Programa 190.

De acordo com Boletim de Ocorrência registrado pelo autor do crime na delegacia do município, Gilson teria ficado agressivo após uma expulsão. O policial, que estava de folga, acompanhado de mulher e da filha, teria recebido a informação de que o adversário estava armado, ameaçando os jogadores do time rival.

Após receber voz de abordagem, Gilson teria sacado um revólver calibre 38. Diante de sua negativa em soltar a arma, o policial disparou duas vezes contra ele. Aos investigadores, o PM disse que agiu em legítima defesa. “Na oitiva das pessoas da defesa civil, que foram os primeiros a ter contato com o corpo da vítima, eles nos relataram que não tinha nenhuma arma junto ao corpo, apenas a garrafa de água”, confirmou o delegado.

O rumo das investigações mudou depois destes depoimentos. Além disso, vários vídeos foram obtidos pelos investigadores, inclusive um deles, que mostra o momento em que o rapaz recebe o atendimento dos socorristas, que retiram debaixo do corpo dele uma garrafa d’água.

Para o delegado, não está descartada a possiblidade da fraude processual. “Esse local foi manipulado pelos policiais, por pessoas estranhas ao trabalho da polícia judiciária. Vamos concluir este inquérito porque queremos chegar à verdade real, seja de uma forma ou de outra. Podemos pedir inclusive a prisão de todas as pessoas culpadas”.

Gilson, conforme consta aos investigadores, era casado e tinha um filho. De acordo com o delegado, ele seria um homem trabalhador, que não teria envolvimento com crimes ou qualquer coisa que o desabonasse.

PM afastado

A assessoria de imprensa da Polícia Militar, em nota, afirma que o policial, que tem cinco anos de corporação, foi afastado das funç&ot,ilde;es operacionais até o término do procedimento administrativo.  Além das investigações feitas pela Polícia Civil, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para também apurar o crime. Este procedimento é de praxe em casos como este e busca provas, documentos e ouve testemunhas referentes às versões apresentadas.

Sequência mostra bombeiro retirando uma garrafa de água. Foto: Reprodução.

Veja o vídeo que mostra o bombeiro retirando uma garrafa de água