Investigação

Policial militar suspeito de matar homem em partida de futebol está solto

O policial militar, do 22º Batalhão, suspeito de matar Gilson da Costa de Camargo, de 28 anos, durante um jogo de futebol na tarde deste domingo (17), não está preso. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na manhã desta segunda-feira (18).

A arma do policial foi recolhida e entregue ao comando do 22º Batalhão, mas segundo o delegado Messias Antônio da Rosa, deve ser encaminhada ao Instituto de Criminalística para passar por perícia. Na delegacia, o policial apresentou um revólver calibre 38 que disse ser de Gilson e a polícia trabalha agora para confirmar a informação. 

O crime aconteceu no início da tarde de domingo, no bairro Santa Rosa. Segundo os relatos, após ser expulso da partida, Gilson, que estaria segurando uma garrafa de água e teria dito que estava armado, se aproximou da grade do campo para passar instruções ao seu time. O policial militar teria dado voz de abordagem e disparado pelo menos duas vezes contra o adversário, que não resistiu e morreu no local.

Investigações

De acordo com Boletim de Ocorrência registrado pelo autor do crime na delegacia do município, Gilson teria ficado agressivo após uma expulsão. O policial, que estava de folga, acompanhado de mulher e da filha, teria recebido a informação de que o adversário estava armado, ameaçando os jogadores do time rival.

Após receber voz de abordagem, Gilson teria sacado um revólver calibre 38. Diante de sua negativa em soltar a arma, o policial disparou duas vezes contra ele. Quando o PM era levado no carro da polícia para a delegacia, populares gritaram “Covarde, matou um pai de família!”.

Aos investigadores, o PM disse que agiu em legítima defesa. Segundo o delegado, o policial não ficou preso, pois se apresentou à delegacia de forma espontânea e se comprometeu a ajudar com as investigações.

“O que vamos confirmar agora é se esse revólver era mesmo da vítima e, caso não seja, de quem seria. Vamos atrás também de recolher o máximo de material que conseguirmos, pois muita gente filmou o que aconteceu no local e essas imagens podem nos ajudar”, explicou o delegado Messias.

Até o momento, o que a Polícia Civil tem de informação é o que foi declarado pelo PM na delegacia. “Por isso, temos apenas a palavra dele. Vamos ouvir familiares, testemunhas e quem for preciso para concluirmos a investigação da forma mais correta possível”.

Gilson, conforme consta aos investigadores, era casado e tinha um filho. De acordo com o delegado, ele seria um homem trabalhador, que não teria envolvimento com crimes ou qualquer coisa que o desabonasse. “Mas já foi solicitado ao Instituto de Identificação a confirmação se ele tinha ou não algum antecedente criminal”, salientou o delegado.

Posicionamento PM

A assessoria de imprensa da Polícia Militar divulgou uma nota no final da manhã desta segunda-feira, em que afirma que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para também apurar o crime. Este procedimento é de praxe em casos como este e busca provas, documentos e ouve testemunhas referentes às versões apresentadas.

Além disso, a PM explicou também que, como o policial militar estava em horário de folga, as investigações serão conduzidas pela Polícia Civil. O policial, que tem cinco anos de corporação, foi afastado das funções operacionais até o término do procedimento administrativo. Segundo a PM, caso seja comprovada alguma responsabilidade, os instrumentos adequados de saneamento vão ser adotados, na forma legal, sendo respeitados os direitos ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório, assim como acontece para qualquer militar estadual.

Veja o vídeo da revolta da população<,/strong>