Medo

Estudantes do IFPR protestam e pedem segurança no local

Cansados dos constantes assaltos e do medo de chegar para estudar e ir embora para a casa todos os dias, estudantes e servidores do Instituto Federal do Paraná (IFPR) organizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (24). Reunidos em frente ao câmpus, que fica na Rua João Negrão, no Rebouças, cerca de 300 pessoas pediram por mais segurança.

Segundo os jovens e os servidores, acontece pelo menos um assalto por dia nas proximidades e as vítimas são sempre alunos. “Está cada vez mais complicado, na verdade se tornou insustentável, não aguentamos mais ter que lidar com os alunos chorando em sala de aula”, disse a professora Isis Tavares, coordenadora do curso de processos fotográficos.

O IFPR atende a diversas faixas-etárias de estudantes, mas os bandidos procuram pelas vítimas mais fáceis de conseguir abordar e segurar. Os objetos levados são tênis, celulares e o que mais os assaltantes conseguirem pegar. “Esses dias duas alunas minhas saíram correndo pra escapar do assalto. Elas estavam com equipamentos caros de fotografia”.

Foto: Aliocha Mauricio.

Durante os três horários de funcionamento da instrução, o período da manhã, das 6h30 às 7h, é o que concentra a maior quantidade de roubos. “A Polícia Militar está sempre presente, mas não o suficiente e também não no lugar onde deveria”, esclarece a professora. Segundo Isis, os PMs estão sempre em frente ou dentro do IFPR, mas não aos arredores. “É aí que mora o perigo, porque os bandidos já conhecem a rotina de todos os estudantes”.

Correr dos bandidos não é a principal orientação da polícia, mas tem sido a forma mais eficaz de conseguir escapar do roubo. “Corri uma vez e não me pegaram, mas dois amigos meus que estavam atrás foram assaltados. Levaram até uma caixa de chocolate que um deles tinha ganhado de aniversário”, disse uma estudante, de 16 anos.

Segundo a garota, que estuda administração integrada ao ensino médio, na sala dela, que tem cerca de 30 pessoas, pouquíssimas pessoas ainda não foram assaltadas ou sofreram uma tentativa de assalto. “Se escapamos, é porque corremos. E os que não foram assaltados são os que chegam e vão embora de carro”, disse a menina. 

Foto: Aliocha Mauricio.

Rua fechada

Por causa do protesto, a Rua João Negrão foi fechada. Agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), junto com equipes da PM, foram avisados e orientam o trânsito. O fluxo de veículos foi desviado pela Avenida Iguaçu até por volta de 12h30, quando a rua foi liberada.

PM divulga nota

Com relação aos protestos feitos por estudantes e servidores do IFPR que reclamam dos assaltos na região, a Polícia Militar, através de sua assessoria de imprensa divulgou a seguinte nota:

“Apesar de ser um próprio Federal, as imediações do Instituto (ITFPR) vêm sendo policiada, no que compete à Polícia Militar do Paraná, por duas unidades: o 12º Batalhão da PM (responsável pela área central) e pela Patrulha Escolar Comunitária (BPEC).

Inclusive, no dia 26 de julho/15, um homem que roubava as pessoas com uma faca, foi preso pela Patrulha Escolar Comunitária, em frente ao Instituto. Outro rapaz, que portava um revólver calibre 38, foi preso em 18 de junho/15 nas imediações do Instituto. Para o mês de setembro está agendada uma atividade preventiva no ITFPR chamada POP/Prevenção, do Programa de Resistência às Drogas (Proerd).

A Patrulha Escolar aplica na região policiamento a pé, além do motorizado e tamb&,eacute;m já desenvolveu no Instituto atividades preventivas, as quais orientam sobre cuidados pessoais entre outras questões. O 12º BPM também realiza rondas nas imediações diariamente.

Além do policiamento, os alunos precisam ter cuidados básicos como não deixar a mostra objetos de valor como celulares e relógios, ter cuidado ao entrar e sair de estabelecimentos comerciais, escolas ou residências, não reagir a roubos, procurar andar em grupo e registrar o boletim de ocorrência, que embasa as ações policiais. Também, se já possuírem imagens, características de marginais ou informações como placas de veículos, devem repassar à Policia Civil, que é responsável pela investigação e identificação de suspeitos.

A Polícia Militar vai continuar o patrulhamento, com foco a identificar os suspeitos e está à disposição da população por meio do 190″.

Veja o vídeo do protesto.

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