Na mira

Conheça o trabalho dos Snipers, atiradores de elite da polícia

Eles permanecem longe do campo de visão de qualquer pessoa e, na maioria das vezes, inclusive dos colegas policiais. Os Snipers, como são chamados os atiradores especiais, agem sempre que há necessidade, em situações de crise e até mesmo para garantir a segurança de autoridades.

Na teoria, são policiais especializados em armas e tiros de longa distância, mas na prática o trabalho é bem mais importante do que se imagina. No Paraná existe apenas uma equipe de Snipers.

Um grupo seleto, que envolve oito policiais da Polícia Militar e quatro da Polícia Civil, além de outros dois em treinamento. Estes policiais, que fizeram um treinamento para mostrar parte do trabalho à Tribuna do Paraná nesta terça-feira (10), são treinados para pensar muito antes de agir, podem estar em qualquer lugar sem que ninguém repare.

A munição é de fuzil calibre 308. Foto: Aliocha Maurício.

Nas chamadas situações de crise, como assaltos com reféns, rebeliões em penitenciárias e manifestações que fogem do controle da polícia em solo, estes policiais trabalham sempre longe do campo de visão dos bandidos e do alvo principal.

Eles também agem em grandes eventos e em outras situações que eles próprios evitam divulgar, mas afirmam que a presença deles se torna a segurança máxima que alguém poderia ter nestas situações.

“Na Copa do Mundo, ninguém sabia, mas estávamos lá. Escondidos e preparados para o que fosse preciso”, contou o policial 02 dos Comandos e Operações Especiais (Coe), da PM. “E trabalhamos bastante. O tempo todo. Ninguém viu ou soube, mas estávamos no estádio”, revela o policial 29, do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre).

Imperceptíveis

Estes policiais, que não são vistos, trabalham de forma muito parecida ao que é visto nos filmes de Hollywood. “Somos treinados para monitorar, observar e memorizar. Em uma situação extrema, havendo necessidade, atiramos. E este tiro precisa ser certeiro, sem erros”, contou o policial 02.

Estes policiais, que passam por um curso inicial na Polícia Federal de Brasília, não entram em muitos detalhes sobre suas funções. Os Snipers também não mostram o rosto, não divulgam seus nomes e não contam onde costumam ficar nas ações. Isso acontece pela segurança deles próprios e também de quem precisa do trabalho deles.

A arma utilizada é um fuzil calibre 308. O tiro pode chegar a até um quilômetro de distância do alvo. “Para isso, utilizamos lunetas e trabalhamos em duplas, para que um observe enquanto o outro está sempre preparado para atirar”, disse o policial 02.

Ação

O grupo de policiais se divide em duas formas de atuação. Os da equipe da Polícia Militar atuam diretamente nas situações de crise e com reféns. Já os da Polícia Civil acompanham operações e investigações. “Mas ambos quando o risco envolve homens armados”, explica o policial 29.

Fora toda a pressão e método de treinamento diferenciado aos padrões dos outros policiais, além da difícil função de atirar no alvo sem chance de errar, os Snipers também precisam estar atentos a condições climáticas e precisam ter bom psicológico. “Afinal estaremos lá, mas você não vai saber e, se não for preciso, ninguém saberá”.

Os Snipers precisam estar atentos a condições climáticas e precisam ter bom psicológico. Foto: Aliocha, Maurício.