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Caixa explodido na RMC é o 14º da Grande Curitiba em janeiro

Seis bandidos armados renderam o vigilante do posto de combustíveis 3L, na Rua Xavier Silva, centro de Campo Largo, e explodiram um caixa eletrônico do Banco do Brasil no interior da loja de conveniência. Este foi o 14.º ataque a terminais bancários em Curitiba e região só neste mês. Janeiro do ano passado registrou seis ataques e apenas um na capital, apesar de o número estadual ser parecido nos dois períodos. Em 2014, ocorreram 190 explosões de terminais em todo o Paraná. Fora desta estatística, outras duas ações da gangue da dinamite foram feitas na madrugada desta sexta-feira (30). Bandidos levaram dinheiro de um caixa localizado dentro da prefeitura de Araucária. A outra ação aconteceu em um mercado no Jardim Cristal, em São José dos Pinhais.

A explosão aconteceu por volta das 4h de ontem, causando grande destruição no estabelecimento. Entretanto, um caixa do Banco 24 Horas, que estava ao lado do terminal detonado, não foi danificado. De acordo com testemunhas, pelo menos quatro bandidos estavam armados de fuzil e alguns deles usavam coletes com emblemas da polícia. Eles fugiram em dois carros pretos, um Jetta e um Celta, sentido Curitiba, levando o dinheiro do caixa. Pela manhã, funcionários da limpeza encontraram, em meio aos destroços, uma pistola municiada, esquecida pelos marginais. A arma foi apreendida pela Polícia Civil da cidade.

Facilidade

Levantamento do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba aponta que, das 17 explosões de caixas, registradas no Paraná neste mês, 14 aconteceram na capital e região metropolitana. No mês inteiro do ano passado, foram 16 ataques com explosivos, seis em Curitiba e região.
Neste mês, os bancos mais atacados foram o Santander e Bradesco. Para alguns policiais que atenderam a essas ocorrências, a preferência pode indicar maior fragilidade dos equipamentos dessas instituições ou menor eficiência dos dispositivos de proteção, como a pintura das notas, no caso de violação do caixa eletrônico.

A primeira explosão ocorreu durante a virada de ano. Marginais aproveitaram a queima de fogos para explodir um caixa na agência do Bradesco, no Campo Comprido. Na maioria das vezes, os ataques a caixas eletrônicos não têm vítimas diretas, apenas o prejuízo para o banco ou comerciante que tem o equipamento instalado em seu estabelecimento, mas muitos têm seguro.

Armas

As quadrilhas têm armas com poder de fogo superior às usadas por policiais ou guardas municipais. Em alguns crimes, guardas municipais foram rendidos e houve troca de tiros com a polícia. Na terça-feira da semana passada, um morador do Cajuru foi atingido por bala perdida, dentro de casa, durante confronto entre bandidos e policiais militares do 20.º Batalhão, após explosão do terminal do Santander na Rua da Cidadania. Dois dias antes, bandidos haviam detonado dois caixas na Rua da Cidadania de Santa Felicidade.

Na terça-feira, bandidos atiraram contra policiais do Batalhão de Polícia de Guarda (BPGd), em Piraquara, após explosão na agência do Bradesco, mas não houve feridos. No Portão, em Curitiba, a agência do Santander teve a área de autoatendimento destruída na mesma madrugada.

Prisões

Durante o mês, a polícia prendeu e apresentou cinco suspeitos de envolvimento com quadrilhas especializadas em explodir caixas eletrônicos: três na região de Curitiba e dois no interior do estado. Apreendeu cerca de 600 gramas de explosivo. No ano passado, foi constatada a participação de policiais em pelo menos uma das quadrilhas. Porém, como o arrombamento de caixas eletrônicos, seja por explosão ou por maçarico, é caracterizado furto, a pena é menor e os detidos não chegam a “esquentar” a cama das celas.