Discussão trágica

Esposa dá tiro no marido policial e o mata em Campo Largo

Um soldado da Polícia Militar foi baleado durante discussão com a esposa na madrugada de terça-feira (26), no bairro Rivabem, em Campo Largo. Carlos Murilo Gallina, 27 anos, do 17.º Batalhão, foi levado ao Hospital Nossa Senhora do Rocio e passou por cirurgia durante a manhã, mas não resistiu. A mulher foi quem chamou a polícia e o socorro, e foi detida após confessar o crime.

Segundo o delegado Antônio Macedo de Campos, Josiane Borges de Almeida, 26 anos, esposa do soldado Murilo, contou à polícia que tinha passado o fim de semana na casa dos pais, porque tinha brigado com o marido. Ele a buscou na segunda-feira (25) e os dois teriam se acertado.

“Ela disse que fizeram churrasco e foram deitar. Começaram a conversar e ele perguntou se ela o estava traindo”, contou o delegado. O casal passou a discutir e, conforme relato de Josiane ao delegado, o marido apertou seu pescoço durante a briga.

De acordo com Antônio Macedo, a mulher tinha marcas compatíveis com a agressão descrita por ela, mas o exame de corpo de delito deve ser feito somente amanhã, no Instituto Médico-Legal.

Pelo relato de Josiane à polícia, Murilo levantou-se e apontou a arma para ela, que estava com o filho do casal, de 2 anos e oito meses, no colo. “Ele foi pegar a chave do carro e pôs a arma em cima de um móvel, ela correu, pegou a arma e atirou nele”, disse Antônio. O tiro acertou o peito do soldado. Quando os socorristas chegaram para atender a vítima, Josiane estava ajoelhada ao lado do marido.

Queixas

Ela contou que o soldado já tinha batido nela outras vezes, e que ela prestou queixa na Delegacia da Mulher. A delegacia de Campo Largo não tem registro dessas queixas e vai procurar o boletim de ocorrência em outras unidades da Polícia Civil, já que os pais de Josiane moram no Santa Cândida e o soldado trabalhava em São José dos Pinhais.

O casal estava junto há três anos. De acordo com a Delegacia de Campo Largo, Josiane não tinha antecedentes criminais e foi autuada em flagrante por homicídio. Murilo estava na PM desde 2012 e, de acordo com a assessoria de imprensa da corporação, não há nenhuma restrição ou notação em sua ficha funcional.

Apoio

A PM explicou que, mulheres de policiais militares vítimas de violência doméstica são amparadas pela Lei Maria da Penha, como qualquer cidadã. Elas também podem procurar a Corregedoria da PM ou o setor de inteligência existente nos batalhões, para que a conduta do policial seja investigada. A PM também ajuda a vítima no encaminhamento da denúncia.

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