"Não fui eu"

Acusado de matar médico culpa amigo imaginário

O suspeito de ter matado o médico Paulo Carboni Júnior, 54 anos, na semana passada, no Mossunguê, se apresentou nesta quinta-feira (28) na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) no início da tarde de ontem. Kleber Francisco Pereira Leite, 18 anos, confessou participação no crime, porém, negou, em depoimento, ter disparado contra o neurocirurgião do Hospital Pequeno Príncipe. No entanto, segundo o delegado Amarildo Antunes, Kleber foi reconhecido por vítimas como autor dos tiros.

A polícia agora procura por Luiz Henrique Soares de Melo, o “Nemo”. Na sexta-feira, um garoto de 17 anos, comparsa da dupla, se apresentou na Delegacia do Adolescente.

O delegado contou ontem que Kleber morava com a mãe, no Jardim Gabineto, na Cidade Industrial, mas foi morar com o amigo “Nemo”. “A mãe pegava no pé dele para o rapaz trabalhar e estudar, mas Kleber queria liberdade”, comentou o delegado.

Maconha

Na terça-feira da semana passada, os três fumavam maconha, quando avistaram o carro onde estavam a mulher e a filha do médico, que chegavam em casa, e resolveram praticar o assalto. Eles dominaram as duas e disseram que nada de ruim ia acontecer.

“Kleber deu essa declaração espantosa de que não era pra ninguém reagir, porque estavam apenas roubando”, disse o delegado. O médico, porém, reagiu porque os marginais ameaçaram cortar o cabelo da filha e levou dois tiros. Os marginais fugiram sem levar nada.

Kleber nega ter atirado e, segundo o delegado, atribui a culpa a um quarto assaltante, que seria adolescente. As testemunhas, porém, afirmaram que havia apenas três bandidos na casa.

Identificados

Os três suspeitos do assalto foram identificados pela polícia poucas horas depois do crime. A foto dos adultos foi amplamente divulgada pela polícia, que ficou na cola dos marginais. Para o delegado, Kleber não aguentou a pressão e se apresentou.