Obama condena ‘assassinato brutal’ de refém japonês

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o que ele chamou de “assassinato brutal” de um refém japonês pelo grupo Estado Islâmico. A declaração de Obama não diz como os Estados Unidos obtiveram a informação de que Haruna Yukawa está morto. O governo japonês, por enquanto, não conseguiu confirmar a autenticidade de um vídeo sobre a suposta execução de Yukawa, divulgado mais cedo.

O vídeo mostra apenas uma imagem do jornalista Kenji Goto segurando uma fotografia do que seria a cabeça decapitada de Yukawa e seu corpo. A imagem é acompanhada de uma mensagem de voz, supostamente gravada por Goto. Nela, o jornalista diz que Yukawa foi decapitado e que os militantes agora exigem a libertação de uma prisioneira na Jordânia em vez dos US$ 200 milhões exigidos anteriormente.

Em seu comunicado, Obama disse que os EUA continuarão “lado a lado” com o Japão e exigiu a libertação de Goto.

O governo japonês não comentou a declaração do presidente norte-americano. No entanto, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, emitiu uma declaração em inglês e árabe exigindo a libertação apenas de Goto. “Tal ato de terrorismo é revoltante e inadmissível, e só me causa forte indignação”, disse Abe após uma reunião de gabinete.

Assim como em vídeos de execuções divulgados anteriormente pelo Estado Islâmico, a declaração de Goto atribui ao governo japonês a responsabilidade pela morte de Yukawa. A administração do primeiro-ministro Shinzo Abe apoia financeiramente a campanha liderada pelos EUA para conter o avanço do EI na Síria e no Iraque.

No entanto, a mensagem divulgada neste sábado é diferente dos outros vídeos: traz apenas imagens estáticas e não mostra militantes mascarados e armados com facas em um ambiente desértico ameaçando governos ocidentais.

O novo vídeo também é único pela mudança de exigências. Inicialmente, o Estado Islâmico pediu ao governo japonês US$ 200 milhões pela libertação dos dois reféns. Porém, na gravação, Goto pede que um enviado japonês em visita à Jordânia pressione o governo local pela libertação de Sajida al-Rishawi, uma terrorista que tem ligações com a Al-Qaeda. Rishawi pode ser executada por enforcamento por ter participado de atentados que mataram 60 pessoas na Jordânia em 2005. A exigência gerou suspeitas porque a Al-Qaeda é um grupo rival do Estado Islâmico.

A Petra, agência estatal de notícias da Jordânia, disse que o rei Abullah II e Shinzo Abe conversaram por telefone neste sábado, mas não informou qual foi o assunto discutido.

Um militante do Estado Islâmico disse que a mensagem divulgada neste sábado é falsa, enquanto outro disse que o vídeo deveria ter sido enviado apenas à família do jornalista. Um terceiro militante observou que o vídeo não foi divulgado pela al-Furqan, que é um dos braços de mídia do Estados Islâmico e já divulgou vídeos mostrando reféns e decapitações. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

Voltar ao topo