Ufa!

Vitória em Recife traz felicidade e alívio pro Coxa

Imagine que você está andando pela rua, sozinho. E você está tendo que carregar nas costas uma pedra do tamanho do prédio da Universidade Federal do Paraná. E depois de ficar com esse peso por tanto tempo, ele simplesmente sai das suas costas. É difícil definir a sensação de alívio, né? É essa a sensação do Coritiba voltando para casa depois da vitória de sábado (24) sobre o Santa Cruz – um magro 1×0 no Arruda, mas o suficiente para ultrapassar o rival pernambucano e sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

Ainda mais em uma semana tão tensa para o Coxa. Começou com boa atuação contra o Atlético-MG, mas uma derrota. Que teve as ofensas de Juan com o técnico interino Pachequinho, passou por uma entrevista do vice-presidente Alceni Guerra na qual ele falou de tudo menos da situação preocupante do time no Brasileirão, por um pedido público de desculpas de Juan, a punição ao meio-campista e a pressão de ter que vencer um adversário direto e ainda fora de casa – coisa que não acontecia desde a penúltima rodada do campeonato de 2015, aquela vitória sobre o Palmeiras.

Por isso, quando chegou em Recife, o Coritiba era um time em situação desesperadora. Mas deixa a capital de Pernambuco e volta para casa bem mais tranquilo. “Desde o começo buscamos a vitória. São três pontos. Eles estavam pertos da gente, desde o jogo contra o Atlético-MG, e agora conseguimos sair um pouco desta situação”, resumiu o turco Kazim-Richards, que começou a mostrar entrosamento com Kléber – foi deles a jogada do gol, passe de Kazim e gol do Gladiador.

Por sinal, Kléber tinha prometido que os jogadores mais experientes iriam assumir a responsabilidade a partir de agora. Em campo contra o Santa, o time que começou a partida tinha média alta de idade (28,5), e com cinco jogadores acima dos 30 anos – Wilson, Ceará, João Paulo, Edinho e Kléber. Experiência decisiva principalmente no início da partida, quando os donos da casa pressionaram, e no final, quando foi preciso ter o controle necessário para não sofrer o gol de empate e perder pontos preciosos no final das partidas, como aconteceu contra Santos e Corinthians.

Mas se todos os veteranos foram importantes, o símbolo da vitória foi um garoto. Raphael Veiga não foi o melhor em campo, mas carregava muita daquela pressão dita lá em cima. Um dia depois da punição a Juan, foi escalado como o único armador do Coxa. Aos 21 anos, era apenas seu terceiro jogo como profissional, o primeiro como titular. E logo numa partida decisiva. Não sentiu. Arriscou até uma bicicleta. E teve participação decisiva na vitória – foi dele o cruzamento que originou o gol de Kléber.

A aposta de Pachequinho deu resultado. “Nós temos uma confiança muito grande neste garoto, ele vai evoluir muito, tem uma característica muito interessante, qualidade técnica muito boa. Nós vínhamos acompanhando a evolução dele nos treinamentos. Principalmente na postura tática, neste jogo, ele se encaixou perfeitamente naquilo que a gente passou”, comentou o treinador. “Acho que foi uma boa estreia. Lógico que preciso acertar alguns detalhes, mas, fico feliz em poder ajudar a equipe e sair com a vitória que precisávamos”, finalizou Raphael Veiga, feliz e aliviado. Como o torcedor coxa.

Pai adotivo! Leia mais sobre o futebol paranaense na coluna do Mafuz!