Três pontos no bolso

Furacão vence o Atlético Mineiro na Arena. Veja detalhes do jogo

Lucas Pratto, o excelente centroavante do Atlético-MG, invade a área do Atlético. Está pronto para marcar. Quando prepara o corpo para o chute, Natanael aparece sabe-se lá de onde e tira a bola do camisa 9 do Galo. Os mais de 15 mil torcedores na Arena vibram como se fosse gol. O lateral rubro-negro se contorce em cãibras.

Esse lance simboliza o que foi a vitória do Furacão ontem, por 1×0, na Arena da Baixada. Foi um time que lutou até o limite da exaustão para assegurar um resultado importantíssimo, chegando aos seis pontos em três rodadas de Campeonato Brasileiro. Era a forma possível de derrotar um dos adversários mais fortes da competição, que não tem esse papo de jogar atrás porque é visitante. “Hoje era a gente que jogava por uma bola”, afirmou Felipe logo após o triunfo.

O Atlético-MG controlou o jogo desde os primeiros minutos. Adiantava Dátolo e Luan, tinha Thiago Ribeiro e Carlos jogando como pontas, empurrava o Atlético para a defesa. Restou aos donos da casa se defenderem. Douglas Coutinho e Nikão viraram “secretários de lateral”, mais marcando que atacante. Otávio e Hernani não saíam da frente da área. Felipe corria como louco e Walter ficava isolado. E mesmo assim Pratto obrigou Weverton a fazer duas defesas difíceis.

Quando o Furacão conseguiu chegar à frente, teve a eficiência que faltou ao Galo – que empilhou cruzamentos e passes errados. Nikão venceu Patric na jogada individual e cruzou para Douglas Coutinho (ver matéria), que da pequena área mandou para a rede. Gol do Atlético.

E a partir daí os mineiros se atiraram ainda mais para frente. Mas com muita luta, organização e apoio da torcida, o Rubro-negro resistiu – e até nem correu tantos riscos, apenas uma blitz após a expulsão de Walter (ver página 25). “A entrega destes jogadores foi bonita de se ver, arrepiante”, disse o técnico Milton Mendes. E o torcedor aplaudiu esse Atlético limitado, mas raçudo.

Defesa

O zagueiro Kadu, o melhor em campo na vitória rubro-negra, estava eufórico após o jogo de ontem. “Vai ser difícil vencer o Atlético na Arena. Quando a torcida começa gritar já me arrepia e fico maluco, querendo correr em todas as bolas. E sei que meus companheiros sentem o mesmo”, afirmou, na entrevista à RPC. Ele teve participação importante durante o jogo, mas garantiu que o trabalho durante a semana foi decisivo. “Nos preparamos da melhor maneira, o Milton (Mendes) acertou alguns detalhes do jogo contra o Goiás. Sabíamos que se a postura fosse igual como foi contra o Inter a vitória viria. Evoluímos na questão tática e a tendência é melhorar mais”, resumiu.

A volta por cima de Coutinho

Quando aquele simples toque na bola foi suficiente para dar ao Atlético a sofrida vitória sobre o Atlético-MG, passou um filme na cabeça de Douglas Coutinho. Dos gols no time sub-23 que o transformaram em xodó da torcida. Nas lesões que interromperam seu crescimento no time profissional. Na irregularidade dos últimos tempos. Nas cobranças da torcida. Na negociação com o fundo de investimentos. E ele não resistiu.

Chorou abraçado aos torcedores, aos colegas de time, deu um beijo no rosto do técnico Milton Mendes. Era uma volta por cima com quinze mil testemunhas. “Caí um pouco pelas lesões, mas sei do meu potencial. Acabei extravasando na comemoração”, comentou o jogador.

A recuperação de Douglas passa por um trabalho conjunto. Primeiro, o próprio MM decidiu cuidar do atacante. Depois numa ação dos jogadores mais experientes do elenco. O resultado se viu em campo. O gol e as lágrimas lavaram a alma de um garoto ainda em fase de evolução.

Humildade! Veja mais do Atlético na coluna do Mafuz!