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Bloqueios de estradas já causam prejuízo bilionário

Os cálculos preliminares sobre os prejuízos causados pelos bloqueios dos caminhoneiros em estradas de todo o País já superam a casa do R$ 1 bilhão, levando em conta apenas as perdas estimadas por empresas e secretarias estaduais de Agricultura.

O cálculo não leva em conta as perdas na safra da soja, uma vez que a colheita atrasa por falta de combustível nas regiões produtoras e o grão apodrece no pé. Ainda não foram estimados também os prejuízos na indústria, que para por falta de peças, e no comércio, por falta de produtos.

A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) calcula um prejuízo diário de R$ 30 milhões apenas para os produtores de leite que não estão conseguindo escoar a produção – total de R$ 120 milhões desde o início dos bloqueios. Os produtores de suínos e frangos também não conseguem realizar os abates no prazo e, além do aumento na mortandade, arcam com um custo adicional de R$ 25 milhões por dia com a alimentação – outros R$ 100 milhões de prejuízo.

Em Santa Catarina, abates de suínos e aves foram suspensos e começa a faltar ração para abastecer as granjas nas cidades de Xanxerê, Chapecó e Videira, no oeste catarinense. Muitos aviários deixaram de ser abastecidos com pintinhos, quebrando o ciclo da produção.

Um levantamento feito pela Federação do Comércio (Fecomércio-SC) estima que o prejuízo à economia do Estado, fortemente apoiada no agronegócio, pode chegar a R$ 630 milhões por dia se a greve se ampliar – até ontem, a perda estava em R$ 200 milhões diários, uma soma de R$ 800 milhões desde o início dos bloqueios.

No Rio Grande do Sul, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindlat-RS), 5 milhões de litros de leite por dia não estão chegando às indústrias. Apenas esse setor já perdeu R$ 20 milhões. O setor pecuário perde outros R$ 50 milhões por dia com a suspensão de abates e morte de animais – um prejuízo que já soma R$ 200 milhões. No Estado, na fábrica da GM, em Gravataí, a produção foi suspensa ontem por falta de componentes.

Safra

Em Mato Grosso, 20% dos produtores rurais pararam a colheita de soja por falta de diesel nas máquinas, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja). Os outros 80% têm combustível para no máximo cinco dias.

Segundo Wellington Andrade, diretor da Aprosoja, os silos e depósitos das fazendas estão lotados e a produção precisa ser escoada. “Ou por falta de diesel, ou por falta de escoamento, o produtor não consegue fazer a colheita e o grão apodrece na planta”, afirmou. No terminal ferroviário da América Latina Logística (ALL) em Rondonópolis, o embarque de soja para os portos de Santos e Paranaguá teve redução de 25% e 50 mil toneladas deixaram de ser transportadas desde segunda-feira.

Os bloqueios afetam empresas de São Paulo que enviam produtos para outros Estados. Um comboio de carretas com pás eólicas produzidas em Sorocaba, interior paulista, que seguia para a Bahia, ficou retido nos bloqueios. “São viagens de 3,2 mil quilômetros e o veículo que faria três só vai fazer duas, o que impacta o faturamento”, disse Amilton Lima, gerente administrativo da empresa de transporte. Nos entrepostos do Ceasa e da Ceagesp, os preços disparam.

Supermercados

Em nota oficial sobre a paralisação dos caminhoneiros, a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) explica que, com as altas perdas do setor, a população está sendo afetada pelo desabastecimento dos supermercados, especialmente no que se refere à alimentação. As cargas que encontram-se nos caminhões estão sendo perdidas por conta da exposição climática. Assim, as fábricas de alimentos estão reduzindo sua produção, pela falta de insumo e por não poderem distribuir os produtos aos mercados e supermercados.

Sendo assim, a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS), solicita ao Governo Federal e ao Governo Estadual medidas mais eficazes na negociação junto à classe dos caminhoneiros, para que haja a retomada das atividades normais, reduzindo, dessa forma, o prejuízo já causado aos supermercados do Paraná e, principalmente, à população paranaense.

Confira os trechos bloqueados no Paraná

Rodovias Federais

BR-476 km 343 –Paula Freitas

BR-373 km 478 –Coronel Vivida

BR-487 km 197 – Campo Mourão

BR-277 km 455 – Laranjeiras do Sul

BR-277 km 338 – Guarapuava

BR-277 km 238 –Irati

BR-277 km 354 –Guarapuava

BR-369 km 178 – Arapongas

Rodovias Estaduais

PR 466 km 100 – Jardim Alegre

PR 444 Km 08 – Arapongas

PR 170 Km 26 –Florestópolis

PR 445 Km 80 –Cambé

PR 160 km 053 – Cornélio Procópio

PR 466 Km 91 – Faxinal

PR 272 Km 218 –Assaí

PR 182 km 320 – Toledo

PR 317 km 047 –Santa Fé

PR 218 km 254 –Astorga

PR 558 km 004 –Campo Mourão

PR 323 km 163 – Paiçandu

PR 323 km 303 – Umuarama

PR 317 km 055 – Santa Fé

PR 458 km 000 –Flórida

PR180 Km 203 – Goioerê

PR 180 Km 205–Goioerê

PR 479 Km 86 – Moreira Sales

PR 323 Km 311 –Umuarama

PR 317 km104 – Maringá

PR 170 km 381 –Guarapuava

PR 487 km 295 – Manoel Ribas

PR 466 km 179 –Pitanga

PR 466 km 245 –Guarapuava

PR 441 km 28 – Reserva

PR 182 km 481 –Ampére

PR 281 km 467 –Chopinzinho

PR 182 km 459 – Realeza

PR 158 km 528 – Pato Branco

PR 566 km 012 – Itapejara

PR 280 km 175 – Clevelândia

PR 281 km 542 –Dois Vizinhos

PR 280 km 194 – Mariópolis

PR 280 km 255 –Marmeleiro

PR 471 km 222 –Nova Prata do Iguaçu

PR 483 km 001 –Frc° Beltrão

PR 280 km 134 – Palmas

PR 180 Km 471 – Frcº Beltrão

PR 281 Km 535 – Dois Vizinhos

PR 281 Km 421 –Mangueirinha

PR 180 Km 465 – Frcº Beltrão

PR 281 km 520 – Chopinzinho