Garanta seu cartão!

A partir desta sexta-feira, 66 linhas deixarão de aceitar dinheiro

Hoje é o último dia em que os micro-ônibus de 66 linhas do sistema de transporte coletivo de Curitiba aceitarão o pagamento da passagem em dinheiro vivo. A partir de amanhã, o uso do cartão transporte será obrigatório nessas linhas, que circulam sem cobradores. A medida foi a maneira que a prefeitura encontrou para cumprir decisão judicial que proíbe que os motoristas façam a cobrança das passagens.

Segundo a prefeitura, a reforma dos ônibus para a inclusão dos cobradores custaria em torno de R$ 2 milhões e a implantação do sistema significaria um gasto mensal de mais R$ 1,5 milhão, o que representaria cinco centavos a mais na tarifa, que custa R$ 2,70.

O cartão transporte pode ser feito em nove endereços bastando apresentar CPF e documento de identidade original com foto. A primeira via é gratuita.

A carga de créditos pode ser realizada na Urbs, também gratuitamente, ou pela internet – nesse caso os créditos estarão disponíveis em até 72 horas.

Nas bancas

A partir de amanhã a carga de créditos também poderá ser feita em 23 endereços bancas de revistas e jornais na região central e pontos comerciais em terminais de transporte.

A operação de carga de créditos, nesses locais, vai custar R$ 1,00. Também nesses endereços será possível comprar o cartão avulso, que vai custar R$ 3,00 sendo a operação da primeira carga gratuita. O cartão avulso poderá ser carregado até o saldo máximo de 25 créditos.

Segundo a prefeitura, essas linhas atendem 70 mil passageiros pagantes por dia e, desses, 60% já utilizam cartão transporte. Em média, os micro-ônibus transportam 27 passageiros por viagem.

Motoristas sem adicional

Devido ao fim da dupla função, os motoristas dos micro-ônibus que recebem adicional ao cobrarem as passagens devem receber até R$ 180,00 a menos a partir do próximo mês. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), a gratificação aos motoristas que exerciam o serviço adicional de cobrador não será mais paga, uma vez que os motoristas deixarão de exercer a dupla função.

A gratificação era de 10% sobre a remuneração base (R$ 1.814,94) por hora efetivamente trabalhada na função de cobrador e motorista. Isso significa que um motorista remunerado com o piso de R$ 1.814,94 que trabalhasse seis horas diárias nos micro-ônibus por 30 dias receberia R$ 1,00 por hora, totalizando no final do mês um adicional de R$ 180,00.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) informou por meio da assessoria de imprensa que não vai se pronunciar sobre o assunto e que está esperando o cumprimento da ordem judicial que determina o fim da dupla função. Segundo a assessoria, o sindicato já pediu um esclarecimento à Urbs sobre a situação dos motoristas depois que deixarem de exercer a função de cobradores.

Também por meio da assessoria, a Urbs afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto por ser uma questão trabalhista, que deve ser decidida entre patrões e empregados. A Urbs afirmou que vai apenas garantir que os motoristas deixem de exercer a função de cobradores nos micro-ônibus.

Circular centro

Com a adoção apenas do cartão-transporte para o embarque nas linhas que utilizam micro-ônibus, a linha Circular Centro passará a realizar o embarque de passageiros somente pela porta da frente do veículo. Com isso, tanto usuários comuns quanto os isentos da tarifa deverão embarcar pela porta dianteira. Os isentos, até hoje, embarcam pela porta traseira. Como a tarifa cobrada na linha Circular Centro é de R$ 1,70, será cobrado no cartão transporte cerca de 63% de uma tarifa normal.

Segundo a Urbs, o passageiro ficará com crédito fracionado, ou seja, os 37% restantes após uma viagem no Circular Centro ainda vão constar no cartão-transporte para as próximas tarifas usadas pelo usuário. Isso deve mudar futuramente, segundo a Urbs, quando a cobrança não será mais feita por passagem e sim pela quantidade de ,dinheiro carregada nos cartões. O mesmo vale para a tarifa domingueira, que custa R$ 1,50.