Celebridades

Woody Allen: o lado sombrio que poucos conhecem

Woody Allen não é um cineasta, é um fenômeno. O diretor norte-americano é conhecido pelas suas comédias românticas e pelos filmes que colocam abaixo o status quo da sociedade ocidental. Nesta quinta-feira (28), estreou nos cinemas brasileiros o seu mais recente longa, “Magia ao luar”. Assim como em “Meia-noite em Paris” (2011), Allen viajou para a França para rodar as cenas, que também se passam na década de 1920.

E quem acha que o profícuo diretor, de 78 anos, está de férias esperando novas ideias brotarem, já pode ir preparando a pipoca para 2015. Allen já está rodando um novo projeto, ainda sem título definido e que tem no elenco Jamie Blackley, Joaquin Phoenix, Parker Posey e Emma Stone. Por enquanto, o que se sabe é que filme contará a história de um misterioso assassinato em uma universidade.

Marido neurótico, esposas nervosas

A vida pessoal do diretor é conturbada. Seus casamentos sempre foram trágicos. Seguindo a tradição do cinema – e na lista tem desde Godard, Bergman, Rossellini até David Lynch -, Allen se envolveu com algumas de suas atrizes. Os relacionamentos como colegas de set que mais importantes foram com Diane Keaton e Mia Farrow.

E foi, justamente, a separação de Mia que mais reverberou entre os corredores de Hollywood e redações de jornais de todo o mundo. A relação, que durou 12 anos, terminou com acusações de abuso sexual contra a filha do casal, Dylan Farrow, que na época era criança. A garota nega que o pai a tenha molestado e a defesa que tomou de Woody Allen fez com que a mãe e o irmão, Roman Farrow, se afastassem dela.

Para piorar, em 1991, o cineasta se envolveu com Soon-Yi Previn, filha adotiva de Farrow. Na época, ele tinha 56 anos e a nova parceira apenas 19. A diferença de idade e o grau de “parentesco” entre o casou levantou o debate sobre a moral e a validade da relação. Até hoje o assunto é polêmico.

Desconstruindo Woody Allen

Os relacionamentos conturbados de Allen em nada têm a ver com a magia de seus filmes. Talvez, “Manhattan” (1979), “Setembro” (1987) e “Interiores” (1978), todos com uma fortíssima influência de Bergman, coloquem a carga da realidade que o diretor tem dentro de si.

Divulgação
Allen: relações conturbadas.

Em uma entrevista ao site The Talks, em 2012, Woody Allen explicou o porquê não acredita que é possível ser feliz. “Essa é minha a perspectiva e sempre será. Eu tenho uma horrível visão pessimista”, confessou. Esse caráter sorumbático pode explicar as quatro décadas em que se consultou com um psiquiatra. Por isso, talvez, ele não entenda o quão sortudo é por poder viver daquilo que tanto ama: o cinema.

“A vida é cheia de bons momentos – ganhar na loteria, ver uma mulher bonita, ter um bom jantar – mas a coisa toda é uma tragédia”, revelou Allen. Uma visão tão cáustica da existência humana faz lembrar os tristes acontecimentos recentes: os suicídios de dois ícones do humor, Robin Williams e Fausto Fanti.

De toda forma, a magia do cineasta está muito além de sua vida. Sua obra se sobrepõe às neblinas e sombras que brotam daquilo que todos nós temos: um amontoado de crimes e pecados. A capacidade que Allen tem de se desvencilhar de si para compor seus filmes faz que a sua capacidade de criação e imaginação derrube o lado sombrio que poucos conhecem.

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