Teste: confira o desempenho do Ford EcoSport

O EcoSport da Ford é um veículo que dá prazer, muito prazer a todos a bordo, tanto ao condutor quanto aos ocupantes da cabine. É espaçoso, tem aquele estilo de ?jipe? e o conforto de um automóvel do segmento médio, melhor que o da maioria dos compactos.

Com vocação de fora-de-estrada, na verdade precisaria ganhar com urgência uma tração integral, como também entenderam os engenheiros da Ford, que no próximo sábado (6/3), estarão apresentando oficialmente à imprensa especializada o EcoSport 4WD, veículo que chega com a mais avançada tecnologia em termos de tração nas quatro rodas.

Avaliamos o EcoSport XLT 2.0 16V e sentimos que o carro da Ford tem tudo para fazer ainda mais sucesso. O modelo cedido para teste, equipado com motor Duratec 2.0 de 16 válvulas, e com nada menos que 143 cavalos, tem ótima arrancada, anda bem tanto na cidade quanto em lugares com valas e que pedem um carro alto. Mas peca em alguns detalhes: suas rodas dianteiras chegam a patinar em terrenos de maior aclive, e em ângulo de 45 graus. Os pneus deveriam ter sulcos e formatação que permitissem maior aderência, destinado ao fora-de-estrada, o que certamente permitiria ao veículo se segurar mais ao chão.

Durante a avaliação, sem ninguém a bordo, num primeiro momento, notamos sua frente leve demais. Imaginei que com mais pessoas a bordo ele certamente teria ainda mais dificuldade de subir rampas mais íngremes: dito e feito. O que ele oferece é certamente superior às observações que pesam contra ele, além do que não seria usado como um fora-de-estrada mais ?duro?, o que também não é a sua proposta de uso, já que a versão 4×4 será lançada no próximo fim de semana.

O modelo avaliado pelo Jornal do Automóvel veio com rodas em alumínio e ?airbags? na frente. Os freios ABS só estão disponíveis nesta versão XLT e o EcoSport vem também com pára-choque pintado na cor da carroceria, o mesmo ocorrendo com os retrovisores e frisos.

A versão cedida era completa. Tinha inclusive um bom sistema de som CD player, além de bancos em couro. O espaço interno é bom e oferece muitos lugares para você guardar bugigangas e não é à toa que o modelo vem fazendo tanto sucesso no País.

O EcoSport tem um quê de veículo fora-de-estrada e na verdade ele agüenta mesmo trancos que nenhum carro de passeio comum agüentaria, nem mesmo sua rival Palio Adventure está preparada para rodar como ele, devido aos pneus mais finos e à suspensão menos robusta. E não poderíamos deixar de registrar, que por onde passa, seu estilo chama a atenção.

OLHO CLÍNICO

Ficamos impressionados com o modelo e com sua performance, mas nos decepcionamos com o alto consumo de combustível. Veículos desse tipo movidos à gasolina consomem muito.

Portanto, faz falta uma versão a diesel, proibida por nossa legislação. Ele faz média de 8 km/litro sem o ar-condicionado ligado, isso em curcuito cidade/estrada, contra os 11,1 km/litro na cidade e 13,7 km/litro declarados pela montadora em sua ficha técnica.

Talvez seja algum problema na unidade avaliada, o que não é difícil de acontecer, e quem sabe, uma regulagem poderá solucionar sua sêde. Outro agravante é que o tanque comporta apenas 45 litros, muito pouco em autonomia para um consumo tão alto.

Seu câmbio tem engates precisos, inclusive a marcha à ré. Os freios com ABS são a disco na frente na versão 2.0 16V avaliada. Mas os pneus 205/65 15 são inadequados para quem quer rodar com ele em subidas mais elevadas. Mas o EcoSport 2.0 16V roda bem, tem tração dianteira com boas retomadas e parece até um automóvel de passeio de tão confortável.

De fato, o EcoSport não é um monovolume e sim um utilitário esportivo leve. Mas se impõe da mesma forma pela altura, cujo vão livre do solo é seu ponto forte, (é também por dentro 12 cm mais alto que o novo Fiesta) e pela agressividade de suas linhas. É charmoso e por onde quer que vá, chama a atenção de todos.

FICHA TÉCNICA

EcoSport XLT 2.0 16V

Motor:
Duratec 2.0 L 16V, dianteiro, transversal, a gasolina, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, injeção eletrônica.

Cilindrada (cm3): 1.999

Diâmetro x curso (mm): 87,5×83,1

Taxa de compressão: 10,1:1

Módulo de controle eletrônico: Black Oak

Potência (cv): 143 (6.000 rpm)

Torque (mkgf): 19,18 (4.250 rpm)

Velocidade máxima (km/h): 180 (limitada eletronicamente)

Aceleração (0 a 100 km/h-s): 10,3

Retomada de velocidade em 4.ª marcha, 50 a 100 km/h (s): 13,7

Consumo de combustível
(km/l NBR 6601):
Ciclo urbano: 11,1
Ciclo estrada: 13,7

Consumo simulado (km/l) para tráfego:

Urbano pesado: 6,9
Suburbano: 11,4

Transmissão:
Ford IB5 Plus, mecânica, cinco marchas à frente e uma à ré

Sistema elétrico
Diagnóstico: via comunicação CAN HS (High Speed)
Alternador: 115 A
Bateria: 12 V, 53 Ah, 500 CCA

Freios:  
Dianteiro: Discos sólidos ventilados, diâmetro 258/22 mm
Traseiro: A tambor, com 203,2 mm de diâmetro (8 polegadas), ajuste milimétrico de folga da lona/tambor
Atuação: Cilindro-mestre em circuito diagonal X, atuador (booster) com 9? de diâmetro e sistema ABS

Rodas:
15?, de alumínio

Pneus:
205/65 R15, Cinturato P4 da Pirelli

Segurança
Carroceria com célula de sobrevivência e zonas de deformação programada, barras de proteção lateral, cintos de segurança de três pontos, bolsas infláveis para o motorista e passageiro e sistema antifurto PATS de imobilização do motor.

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