Simplesmente desamparados

Audiência pública debate situação de moradores de rua no Estado

O acesso às políticas públicas e a violência contra os moradores de rua foram debatidos, ontem (08), na audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania da Assembleia Legislativa do Paraná.

Para o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que preside a Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania da Assembleia Legislativa, ainda faltam ações efetivas por parte do poder público no que diz respeito às condições de vida dos moradores de rua.

“Têm muitos casos de pessoas que são mortas nas ruas, ou vítimas de violência policial. O que temos que fazer é criar políticas públicas que possam reinserir estas pessoas, dar condições de abrigo e condições de uma vida digna”, avaliou Veneri.

Já Leonildo Monteiro, coordenador nacional do Movimento Nacional de População de Rua, disse que a audiência reforça as diretrizes incluídas no decreto de 2009, assinado pelo então presidente Lula, que criou Política Nacional da População de Rua.

“Já temos um grupo nesse modelo que se reúne a cada 45 dias com diversos ministérios em busca de soluções para as pessoas que vivem nas ruas do país”, conclui.

De acordo com a secretária estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, é preciso buscar uma atuação preventiva em relação à população de rua.

“Já estamos elaborando um projeto para unir os trabalhos entre as esferas municipal, estadual e federal, e também com as secretarias para criar a Associação de Proteção e Amparo aos Usuários de Drogas, já que uma das principais motivações que leva uma pessoa a morar na rua é o envolvimento com entorpecentes”, diz.

Segundo estatísticas preliminares do Movimento Nacional de População de Rua, aproximadamente 10 mil pessoas residem nas ruas no Paraná – metade em Curitiba. No País, são quase dois milhões.

A Fundação de Ação Social (FAS) da capital recebe em média 2 mil pedidos de resgate de moradores de rua por mês via telefone 156. De janeiro até abril, 1,4 mil pessoas nessa situação foram identificadas. Em todo o ano passado, foram 3,6 mil.

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