Vendedora é assassinada no Tatuquara

As ameaças de morte que a vendedora Gisele Ferreira do Nascimento, 22 anos, vinha sofrendo se transformaram em balaços, na tarde de ontem, no Tatuquara. Ela levou quatro tiros e morreu no meio da Rua Professor Antenor da Silva Pinto, nas Moradias Laguna. O autor do crime nem se importou com o bebê da jovem, que estava no colo dela. Com apenas três meses de vida, o pequeno Enzo já sentiu na pele a violência que assola Curitiba. Um dos disparos atingiu a perna da criança, que foi internada no Hospital Evangélico, em estado grave.

De acordo com conhecidos da vítima, Gisele morava a cinco quadras de onde foi morta. Ela trabalhava como vendedora autônoma e, na tarde de ontem, estava visitando a irmã. Por volta das 16h, um rapaz se aproximou da residência, a pé, e começou a discutir com a jovem, que carregava o filho no colo. Segundo testemunhas, eles trocaram algumas palavras e o indivíduo começou a atirar. Pelo menos quatro tiros acertaram Gisele, que morreu na hora, ferida na cabeça e nas costas. Outro disparo acertou a perna do bebê, que foi socorrido pelo Siate e levado ao hospital.

O criminoso fugiu correndo e, apesar das várias testemunhas, não teve sua identificação informada para a polícia. Familiares da vítima também pouco contribuíram com os investigadores. Eles disseram que Gisele já vinha sendo ameaçada de morte, mas não contaram o motivo nem quem seria o autor das ameaças.

Pistas

Mesmo com o temor da população, a polícia conseguiu obter algumas informações por meio de testemunhas anônimas. Uma delas disse que o atirador também estaria envolvido na morte de Valdecir do Rosário Santana, 32, ocorrida no final de semana, no Terra Santa, também no Tatuquara. O homem foi assassinado a facadas e ainda teve o corpo carbonizado e arrastado até um trilho de trem.

Também foi apurado que Gisele e sua família moravam no Terra Santa. Eles deixaram a vila há pouco tempo, quando parte da população foi realocada nas Moradias Laguna.

Criançada

Como o assassinato aconteceu próximo a um colégio, havia bastante movimentação de crianças no local. Muitas tinham que passar pela rua do crime para chegar em casa, gerando cenas lamentáveis. A criançada passava a poucos metros do corpo de Gisele, estendido no meio da rua, sob um lençol. Alguns garotos sequer se importavam com o crime e davam risada nas calçadas, como se nada tivesse acontecido.