Aliado de Temer vê como ‘vandalismo’ possível boicote do governo na transição

Braço direito do vice-presidente da República, Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco considerou como uma “atitude vândala” a possibilidade de integrantes do atual governo boicotar a transição para o próximo governo, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada no processo de impeachment.

“Não acredito que a presidente da República vai permitir que a equipe vá ter uma atitude tão vândala, porque isso é vandalismo. É agredir o próprio interesse do País. Esses papeis, a estrutura funcional, todas as informações, os programas que estão em andamento, os dados orçamentários, os dados fiscais, não são de A de B ou nem de C. Não é de um partido. Isso é de um país, de uma Nação”, afirmou Moreira ao sair da vice-presidência da República. “Eu acredito que o sentido da responsabilidade com o povo brasileiro vai estar presente e a presidente da República vai orientar para que essa atitude vândala não ocorra”, emendou.

Em reunião realizada na quarta-feira, 27, com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, deputados federais do PT traçaram uma estratégia de reação a uma eventual gestão de Michel Temer e decidiram que não farão qualquer tipo de transição de governo. A ordem do Palácio do Planalto é deixar o vice-presidente “à míngua”, sem informações sobre a gestão, e acelerar os programas em andamento pela presidente Dilma Rousseff.

Um dos participantes da reunião – que contou com a presença de 45 dos 57 deputados petistas e ocorreu na sede do PT – afirmou que não haverá transição de governo, procedimento para transmissão de informações sobre cada pasta e sobre andamento das políticas públicas. “Transição é quando há um governo eleito, com legitimidade. Não é este o caso”, argumentou o parlamentar.