Operação Publicano

Richa se defende e diz que investigação no STJ serve para desviar foco de corrupção

O governador Beto Richa (PSDB) disse nesta terça-feira (2) que é “normal” que ele seja investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre os desvios na Receita Estadual do Paraná. “Para mim não tem novidade nenhuma, é um assunto mais do que requentado. É a rotina normal, o procedimento”, disse Richa. “Não tive acesso ainda a esses inquéritos, mas estou absolutamente tranquilo em relação a isso. Não tenho o que temer, confio na Justiça”, completou o governador.

O tucano atribuiu a investigação da PGR a uma perseguição política. “Se você for ver meu histórico de vida eu nunca tive ações como estou tendo agora, porque as coisas mudaram. Existe hoje a tentativa de investigar todos os gestores públicos. Em algumas situações há o ingrediente político, para fazer o contraponto de todas as investigações, escândalos, denúncias em relação ao governo federal”, criticou ele, que negou que dinheiro desviado das escolas estaduais ou da Receita Federal do estado tenham abastecido sua campanha eleitoral.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a investigação da PGR. As investigações apontam para a existência de um esquema de desvio de recursos públicos da Receita Estadual. Alguns colaboradores afirmaram ao Ministério Público que o dinheiro desviado teria abastecido a campanha à reeleição de Richa.

Quadro Negro

A operação Publicano não é a única que trouxe a tona o envolvimento do governador do Paraná em escândalos de corrupção. De acordo com as investigações da Operação Quadro Negro, dinheiro desviado da construção de escolas públicas no estado também teria sido aplicado na campanha de Richa. Questionado sobre os aditivos que assinou com a Construtora Valor, envolvida nas investigações, mesmo sem as obras estarem andando, Richa negou ter responsabilidade sobre as irregularidades.

“O governador não tem condições de sair do seu gabinete, pegar uma trena e medir cada obra que está em execução no estado do Paraná”, disse Richa. “Aditivos, já assinei milhares deles. Passa por um procedimento normal, com parecer jurídico, com embasamento técnico de fiscal, engenheiro, diretor, superintendente, Secretaria de Educação, passa por um comitê gestor de administração e fiscal do estado, composto por seis secretários de estado, dentre eles Planejamento, Fazenda, Administração, Controladoria Geral do Estado, Procuradoria-Geral do Estado, daí sim passando por todo esse percurso, o governador assina o aditivo”, justificou o tucano. “Deve haver vício lá na origem”, concluiu o governador.