Lamentação

Em entrevista a jornal alemão, Dilma reconhece que não entregou o prometido

A presidente Dilma Rousseff pediu mais tempo para que possa entregar tudo o que prometeu durante a campanha eleitoral para a reeleição no ano passado. O pedido foi feito durante entrevista da presidente ao jornal alemão Handelsblatt, publicada nesta sexta-feira, 21. À publicação, Dilma diz ainda que a recessão deve atingir o Brasil por período de “seis a no máximo 12 meses”, mas reconhece que o caminho posterior será difícil e “ninguém vai passar sem ajustes dolorosos”.

Na entrevista, Dilma reconheceu que não conseguiu entregar o prometido nas eleições de 2014, mas pediu tempo aos eleitores. “Em nove meses desde a eleição, nós não conseguimos implementar o que prometemos para o segundo mandato. Eu digo: nos dê mais tempo e então nós poderemos alcançar as expectativas”, disse ao jornal.

A presidente brasileira afirmou que prevê que o Brasil fique em recessão por “seis a no máximo 12 meses” antes de voltar a crescer. Dilma alertou, porém, que o caminho do País pela frente não deve ser fácil e afirmou que “ninguém vai passar sem ajustes dolorosos”. Diante desse cenário menos favorável, a presidente reconhece que o ritmo de redução da pobreza no Brasil será mais lento. “Nós não vamos progredir tão rápido como na década passada.”

Questionada sobre eventual preocupação com a iminente subida de juros nos Estados Unidos, Dilma expressou confiança de que o Federal Reserve (banco central americano) fará o movimento “com cautela e no ritmo certo, de modo a não incentivar a instabilidade”.

A presidente sugeriu que países devem trabalhar em conjunto para lidar com a situação econômica desfavorável. Ao comentar que o ajuste da China deve afetar o mercado de commodities por mais algum tempo, Dilma sugeriu que o G20 – grupo das 20 maiores economias do mundo – deve ter papel importante para essa coordenação das políticas.

A entrevista trata pouco do caso de corrupção na Petrobras. Nesse tema, a presidente brasileira reafirmou o discurso de que os responsáveis devem ser punidos, mas as empresas não. “Nós não queremos criminalizar as empresas ou puni-las coletivamente. Nosso modelo é o dos Estados Unidos, que punem os responsáveis e as empresas seguem em frente”, disse.