Depois dos protestos

Aos gritos de “fora Cunha”, manifestantes iniciam marcha pró-Dilma em Curitiba

Centenas de pessoas, que se reuniram na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, iniciaram, por volta das 12h10 desta quinta-feira (20), uma caminhada de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Aos gritos de “Fora Cunha”, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eles partiram pelas ruas da região central da cidade, começando pela Rua João Negrão, percorrendo a rua XV de Novembro em direção à Boca Maldita.

Prevista para começar às 11 horas, a caminhada em direção à Boca Maldita atrasou. Segundo a assessoria de imprensa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a alteração do horário foi decidida para que houvesse tempo de mais pessoas chegarem ao local de concentração.

No momento do início da caminhada, os organizadores do evento estimaram a presença de público em cinco mil pessoas. Logo após a saída dos manifestantes, a PM elevou seu cálculo de público para 600 presentes, ante os 300 calculados na praça por volta das 11h30. A informação foi divulgada por meio da assessoria da imprensa da corporação.

A maioria dos participantes do ato veste roupas na cor vermelha e carrega bandeiras da CUT e de outros dez movimentos que participam do movimento nacional desta quinta-feira.

Os gritos, de “fora Cunha” foram seguidos de outros como “não vai ter golpe” em referência a um possível processo de impeachment de Dilma.

Outro cântico, mais peculiar, é o “aqui tem um bando de louco, louco por moradia. Aqueles que acham que é pouco, não conhecem a noite fria”, este mais relacionado aos movimentos da área, como o Movimento Popular por Moradia (MPM), que participa do protesto.

Antes da saída para a caminhada, os manifestantes ocuparam a escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e praticamente um terço da praça.

O ato reivindica cinco pontos principais: a defesa da Petrobras; a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,; a defesa da democracia, e o fim das terceirizações. No Paraná, especificamente, os manifestantes repudiam o risco de demissões serem realizadas pelo banco HSBC, que foi comprado pelo Bradesco em junho e, com isso, colocou em xeque milhares de empregados.

Discursos no caminhão de som trazem pauta diversa

Em discurso inicial do ato na praça, Regina Cruz, da CUT Paraná, destacou a aprovação, pela Câmara, do projeto de lei que regulamenta a terceirização no país. “Eduardo Cunha jogou uma bomba nos trabalhadores. Nós, das centrais sindicais, vamos lutar até o fim contra esse projeto”.

Representando a APP Sindicato na manifestação, Marlei Fernandes pediu a ampliação das lutas pelo fim da violência contra as mulheres. Ela relembrou a repressão violenta da PM no dia 29 de abril, em Curitiba, quando mais de duzentas pessoas ficaram feridas em um ato contra a reforma da previdência estadual. “Temos que combater atitudes machistas. Não é a toa que [a repressão durante] o dia 29 de abril foi contra uma categoria formada em 90% de mulheres”, disse ela, em referência aos professores que participaram do ato naquele dia.

A estimativa dos organizadores em Curitiba é a de reunir cerca de quatro mil pessoas na manifestação. Contando com a capital paranaense, atos em defesa da presidente serão realizados em 32 cidades do país.