Líder do DEM diz que quadro atual é de ‘muita contestação’ a Dilma

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou nesta terça-feira, 7, que a presidente Dilma Rousseff vive um quadro de “muita contestação”, pois, além de ter que explicar contas do governo ao Tribunal de Contas da União, as doações feitas à campanha de reeleição estão sob suspeita e a condução de seu governo na crise econômica não tem oferecido boas perspectivas. Apesar disso, para o líder do DEM, Dilma deveria “serenar os ânimos”.

“Antes de fazer discurso na linha da bravata, a presidente deveria serenar os ânimos no País, mostrar uma direção porque infelizmente o quadro atual é de muita contestação de sua reeleição e de seu desempenho como presidenta, que não oferece perspectivas de longo prazo para o País”, disse.

Mendonça Filho contestou as declarações de Dilma em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na qual ela negou qualquer possibilidade de renúncia do cargo e classificou a oposição que pede seu afastamento de “um tanto golpista”. “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política”, disse a presidente na entrevista.

“Acho que a principal reclamação que ela tem que fazer é ao seu partido. As maiores derrotas recentes aqui no Congresso têm sido provocadas pelo próprio partido da presidente”, disse. Mendonça Filho afirmou ainda que não é a oposição que tem exposto as maiores críticas a Dilma. “O ex-presidente Lula tem dado carga forte (às críticas)”, disse.

Na entrevista à Folha, Dilma comentou também as críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em uma reunião fechada, disse que tanto ele quanto a presidente estavam no “volume morto”. “Ele tem todo o direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no volume morto não. Estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do País”, disse a presidente, antes de completar. “Querido, podem querer, mas não faço crítica ao Lula. Não preciso. Deixa ele falar”.

O líder do DEM disse ainda que quem questiona a legitimidade da reeleição, no caso o TCU, o faz com base em aspectos legais. “O TCU que não é um órgão partidário e está cumprindo suas obrigações”, disse.

Mendonça Filho citou as delações no âmbito da operação Lava Jato que apontam suposto repasse de recursos ilegais para a campanha da presidente. “As delações ao que parece mostram que as contas estão contaminadas pela alimentação do chamado petrolão”, afirmou, referindo-se ao esquema de corrupção que está sendo investigado na Petrobras.