Na ONU, Brasil diz que pobres são as ‘primeiras vítimas da corrupção’

O Brasil apresenta na ONU uma resolução em que reconhece que são as populações “mais vulneráveis” que acabam sendo as “primeiras vítimas da corrupção”. O texto aprovado por unanimidade no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas pede que os governos ratifiquem as convenções da ONU para o combate à corrupção, intensifique a coordenação internacional para lutar contra o problema e que “fortaleçam medidas de prevenção”.

Pedindo a países que sejam “transparentes ” e que fortaleçam medidas para prevenir a corrupção, o documento foi debatido e aprovado nesta quinta-feira, 2, no conselho, em Genebra. A resolução havia sido uma iniciativa conjunta ainda com Marrocos, Áustria e Indonésia.

O texto reconhece que a “boa gestão pública tem uma função crucial na promoção de proteção dos direitos humanos, assim como na prevenção da corrupção”.

No documento, os países ainda se dizem “profundamente preocupados pelo fato de que a corrupção generalizada prejudicar cada vez mais o pleno respeito a todos os direitos humanos, em especial fazendo diminuir os recursos para todos os setores do desenvolvimento”.

Segundo a resolução, os governos admitem que a promoção da “educação na matéria de direitos humanos e outras medidas de geração de consciência são importantes elementos facilitadores da prevenção da corrupção”.

Os países ainda concordam que a “transparência e o acesso à informação e render contas” são “parte integrantes de medidas sustentáveis e amplas na luta contra a corrupção”.

A resolução ainda indica que a corrupção atinge em especial “grupos vulneráveis, que podem ser as primeiras vítimas da corrupção”.

A apresentação da resolução coube ao embaixador do Marrocos, Mohamed Auajjar, que apelou para que todos os países dessem seu voto favorável ao texto.

“Não há um só dia que não há um novo escândalo político que surja “, disse em Genebra. ” Essas diferentes manifestações da corrupção tem um impacto evidente nos direitos humanos e um custo sobre os planos econômicos “, disse.

Para ele, só há como garantir o pleno desenvolvimento dos direitos humanos por meio da “luta implacável contra a corrupção sob todas suas formas”. O texto foi aprovado por unanimidade na ONU.