Investigados

Gleisi e Paulo?Bernardo estão na lista da Lava Jato, diz jornal

A lista dos 54 políticos que serão alvos de inquéritos resultantes da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) só deve ser divulgada na próxima sexta-feira (6). No entanto, alguns nomes de possíveis investigados já circulam nos bastidores e, entre eles, três paranaenses: a senadora Gleisi Hoffmann (PT), o marido dela, o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o deputado federal Nelson Meurer (PP). Os três foram citados como integrantes da lista pelo jornal Folha de S.Paulo.

Os pedidos de abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sob responsabilidade do procurador Rodrigo Janot, são resultantes dos depoimentos do doleiro Alberto Youssef, prestados em regime de delação premiada. Ele disse que teria doado R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, por intermédio de um empresário, dono de um shopping center em Curitiba.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também disse em delação premiada que, em 2010, recebeu pedido “para ajudar a campanha” de Gleisi. Segundo ele, a solicitação foi feita por Paulo Bernardo. A senadora e o ex-ministro chegaram a ser alvos de pedidos para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, mas as solicitações foram negadas.

Ambos negam qualquer envolvimento com o doleiro. Em nota publicada em outubro do ano passado, Gleisi disse que é “vítima pelo cargo que ocupou, deste leviano denuncismo dos dois réus confessos”. Em entrevista à Folha de S. Paulo em outubro, Bernardo negou envolvimento seu e de Gleisi no esquema. “Chance zero de Youssef pedir para fazer uma doação para Gleisi”, disse. “Ele não a conhece e não me conhece. A troco de quê vai fazer isso?”, questionou.

Procurada pela reportagem, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) afirmou, por nota, que não recebeu, até o momento, nenhuma informação sobre a lista de pessoas a serem investigadas nesta operação e reitera seu posicionamento já externado quanto ao caso. Ela sempre negou qualquer envolvimento no caso. Paulo Bernardo não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto.

O deputado federal Nelson Meurer teve o nome vinculado a operação Lava Jato em janeiro deste ano, quando o juiz federal Sérgio Moro encaminhou ao STF dados de movimentações registradas no sistema paralelo de contabilidade do Posto da Torre, de Brasília. O nome do parlamentar aparece nos documentos relacionado ao doleiro Carlos Habib Chater, um dos investigados na operação. A planilha mostrou pagamento de R$ 42 mil para “Nelson Meurer”. Na mesma página, há três remessas endereçadas só a “Nelson”, no total de R$ 103 mil, de acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo.

Paulo Roberto Costa havia indicado Meurer como um dos beneficiados pelo esquema. O doleiro Alberto Youssef afirmou que fazia remessas para Chater que, por sua vez, se encarregava de distribuir os valores para políticos em Brasília.

Beneficiado com mais de R$ 1,1 milhão de doações da Galvão Engenharia na campanha de 2014, o deputado federal Nelson Meurer é o recordista em doações da Lava Jato entre os eleitos no Paraná.

A reportagem entrou tentou entrar em contato com o deputado Meurer, mas uma assessora afirmou que não seria possível obter algum posicionamento dele nesta quarta-feira.