Taniguchi afirma que não rompeu com Beto Richa

O prefeito Cassio Taniguchi (PFL) convocou entrevista coletiva ontem à tarde para dizer que não rompeu com seu vice, Beto Richa (PSDB), e todo o grupo que o acompanhou na debandada da base de apoio ao governo, na última terça-feira: “De minha parte, nunca imaginei racha com quem quer que seja. As versões em torno da conversa que tive com os secretários na segunda-feira acabaram gerando a versão do rompimento. Mas isso não tem sentido. Se tivesse rompido com o grupo, teria havido muito mais mudanças do que as que foram anunciadas”, observou.

Cassio disse que reformulações na equipe administrativa são normais em período eleitoral e que a desincompatibilização vale tanto para quem disputa mandato quanto para quem pretende se engajar na campanha, como seria o caso do ex-secretário da saúde, Michelle Caputo Neto, que preside o PSB, e do ex-chefe de gabinete Luiz Malucelli Neto (PSDB): “Pessoas que ocupam cargos de confiança não podem participar da campanha. Isso é crime eleitoral”. Duas alterações foram definidas como “administrativas” pelo prefeito: as substituições de Fernão Accioly (secretaria de Governo) e de Mário Sérgio Rasera ( secretaria de Meio Ambiente), justamente os filiados ao PFL.

Ele qualificou o ato liderado por Beto Richa de “mobilização incompreensível, com o sentido de desagregar o grupo”. Mas admitiu que espera a recomposição da aliança que vigorou em pleitos anteriores num eventual segundo turno. PSDB e PSB reagiram às declarações do prefeito, informando que a posição formalizada no início da semana decorreram da iniciativa de Cassio e da nota oficial que ele divulgou à respeito. E consideraram o assunto encerrado.

Serenidade

O prefeito negou que tenha exercido qualquer tipo de pressão sobre sua equipe. Disse que apenas comunicou que o candidato oficial de seu partido era o vereador Osmar Bertoldi, pediu apoio mas não que se afastassem dos cargos: “Não me interessa romper com toda a equipe”. Afirmou que ainda não conversou com Richa sobre o que aconteceu e que vai cumprir a decisão partidária, de apoiar Bertoldi. Queixou-se que da parte de Beto Richa não houve recíprocidade em relação à antiga aliança, como um eventual convite para que o PFL indicasse o vice em sua chapa, e disse não temer os efeitos da formação da bancada independente na Câmara Municipal: “Eles já disseram que vão prosseguir votando normalmente as matérias, sem prejudicar os interesses do município”. Entre os principais projetos que entrarão em pauta após o recesso estão a adequação do Plano Diretor à estrutura da cidade e pedidos de créditos especiais.

Para Cassio, o momento exige muita serenidade e calma. O início dos desentendimentos com o vice, atribuído ao episódio do reajuste da tarifa do transporte coletivo, no início do ano, ele explicou como resultado da “falta de comunicação” entre ambos. Mas considerou um fato superado, que não deixou sequelas. Disse não acreditar que o vice adote um discurso de oposição à sua gestão.

Governo anuncia equipe

De acordo com a relação distribuída ontem pela prefeitura, Fernão Accioly Rodrigues da Costa será substituído na Secretaria de Governo pelo secretário de Administração, Geraldo Siqueira. Para a Secretaria de Administração, vai Gilson Luiz de Souza Marques, que ocupava a diretoria do Departamento de Aquisições e Relações com Fernecedores daquela pasta.

Para o lugar de Mário Sérgio Rasera na Secretaria de Meio Ambiente, vai a superintendente de obras e serviços da pasta, Maria Lúcia Rodrigues. A Secretaria de Obras Públicas, que tinha no comando Nelson Leal Júnior, será ocupada por Mário Tookuni, egresso da superintendência da pasta.

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