Aécio, FHC e Alckmin entram em campo para neutralizar ação de Cunha no PSDB

Contrariados com o assédio do candidato do PMDB à presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, líderes tucanos entraram em campo nesta terça-feira, 27, para evitar que seus deputados migrem o voto para o peemedebista no próximo domingo, 1º. O presidente nacional da sigla, senador Aécio Neves (MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, começaram a se mobilizar na tentativa de garantir o voto dos 54 deputados no candidato do PSB, Júlio Delgado (MG).

Aécio se comprometeu com os dirigentes do PSB de que intensificaria os esforços na reta final da campanha. Na segunda-feira, 26, Cunha se encontrou com deputados do PSDB paulista e alguns chegaram a dizer que pelo menos um terço da bancada tucana votaria no peemedebista.

Como o partido fechou apoio a Delgado em dezembro, a ação do peemedebista foi vista com desconforto entre os líderes do PSDB. Eles querem evitar que o compromisso assumido seja desmoralizado publicamente e que a traição leve o PSB de volta ao bloco governista. “Ele fez um movimento muito brusco, pode até fazer isso em partidos que não têm identidade, mas o PSDB tem liderança. Não foi uma coisa bem pensada. Ele cometeu um erro”, avaliou um líder tucano.

O presidente do PSDB falou hoje com o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP) e com Alckmin, que por sua vez se comprometeu a falar com os 14 deputados paulistas do partido. Por telefone, Aécio tranquilizou Delgado. Assim como os demais postulantes ao cargo, o candidato do PSB passou o dia em Brasília reunido com eleitores e buscando votos via telefone.

Em encontro previsto com a bancada tucana na Câmara na próxima sexta-feira, dia 30, Aécio rebaterá a campanha de “voto útil” encampada por Cunha e dirá que o partido seguirá apoiando Delgado. Os dirigentes reconhecem que entre quatro e cinco deputados considerados mais “pragmáticos” e preocupados com cargos na Mesa Diretora possam insistar no voto em Cunha, mas esperam pelo menos minimizar a dissidência no dia da eleição.