Marina critica Alckmin por não ser de SP, diz França

O coordenador financeiro da campanha de Marina Silva (PSB) e vice na chapa do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) a reeleição, Márcio França (PSB), disse na noite desta quarta-feira, 17, que Marina critica o governador por não ser de São Paulo. “Ele (Alckmin) compreende (as críticas de Marina) porque como ela não é daqui, ela tem pouco conhecimento. O Eduardo teve oportunidade de morar aqui”, disse França a jornalistas antes de participar do primeiro evento que reúne quadros do PSB e do PSDB no Estado.

“Ninguém tem 50% dos votos há tantos anos se não tiver alguma coisa positiva”, disse França sobre Alckmin, ressaltando que a popularidade do governador foi reconhecida por Eduardo Campos depois que o então candidato presidencial do partido morou por dois meses em São Paulo.

França foi o principal articulador da aliança com os tucanos em São Paulo, que foi rejeitada pelo grupo da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. França organizou o evento que acontece nesta noite, em Campinas, com participação do vice de Marina, Beto Albuquerque, ao lado de Alckmin no palanque. “O tempo mostrou que estávamos certos. O Estado onde Marina tem mais voto é São Paulo. São Paulo está deixando Marina ir para o segundo turno com tranquilidade”, argumentou França. “É uma associação que o eleitor já fez em São Paulo, porque mais de 80% dos votos dos dois são casados. O eleitor associa quem tem idoneidade e capacidade de derrotar o PT e aí associa Geraldo a Marina, Marina a Geraldo”, completou.

O candidato a vice-governador disse que não há constrangimento com Alckmin por causa das críticas de Marina aos 20 anos de governo do PSDB em São Paulo e à crise hídrica no Estado. “Ele é um homem público experiente”, disse França sobre o companheiro de chapa.

Questionado sobre aliança entre os dois partidos em eventual segundo turno da corrida presidencial, França disse que agora não é o momento de discuti-la em respeito à candidatura de Aécio Neves. Mas admitiu que pode ser um interlocutor dessa aliança.

Ele disse não acreditar que Aécio possa crescer e disputar uma vaga no segundo turno com Marina Silva, para enfrentar a presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo França, Aécio deve chegar a um teto de 23%.

Perguntado ainda se, como a vantagem de Marina está em São Paulo, se Alckmin não deveria fazer atos de campanha ao lado de Aécio em vez de um ato ao lado do PSB, França disse que isso não é uma questão para ele responder. “Aí é problema do Aécio e não nosso. A nossa estratégia estava certa, a do Aécio tem que falar com ele”, afirmou.

Alckmin chegou ao evento cercado por sua equipe e militantes e não falou com a imprensa. O evento não foi abertamente divulgado por nenhum dos dois partidos. Beto Albuquerque, que representa Eduardo Campos e o PSB na parceria selada no Estado, fez uma participação breve e saiu. Foi para o Rio de Janeiro, onde participa de uma atividade de campanha ao lado de Marina Silva.