CPMI/Petrobras: Líder do PPS quer ouvir Ildo Sauer

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), defendeu nesta quarta-feira a aprovação imediata de convocação, na CPI mista da Petrobras, do ex-diretor de Gás e Energia da estatal Ildo Sauer. Em entrevista ao Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, Sauer disse que o governo de coalizão do ex-presidente Lula permitiu que grupos de parlamentares se reunissem com dirigentes da estatal para obter “ajuda” e acusou a presidente Dilma Rousseff de “procurar um culpado sempre que aparece um problema”.

O ex-diretor classificou de “piada” o argumento de Dilma de que aprovou a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), quando presidia o conselho de administração da Petrobras, com base em um resumo executivo falho. Para Sauer, o projeto da refinaria não deu certo porque, por pressão de Dilma e Lula, o Revamp (modernização) de Pasadena não foi feito. Ele disse que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que o incluiu entre os culpados por prejuízos com essa operação “passa longe” de ser técnico.

“A entrevista de Ildo Sauer reforça o que já alertávamos na CPMI. O governo do PT aparelhou a maior empresa brasileira para que ela pudesse servir aos interesses escusos do PT e de seus aliados. Não é à toa que a empresa sofreu enormes prejuízos e perdeu 50% de seu valor de mercado desde 2010. O depoimento dele na CPMI é fundamental para que possamos esmiuçar os bastidores da interferência política dentro da Petrobras”, disse o líder do PPS, em nota, ao classificar como graves as acusações dele.

A oposição já apresentou dois requerimentos para levar Sauer à CPI Mista, embora nenhum deles tenha sido apreciado. O primeiro, de convocação, é do senador Mário Couto (PSDB-PA), e o segundo, de convite, do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). No caso do convite, ele não é obrigado a comparecer, diferentemente da convocação.

Ildo Sauer afirmou ainda que havia comentários dentro da estatal de que Lula estava impressionado com a contribuição do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Essa ajuda, suspeitamos, viria por meio de superfaturamento e desvios de dinheiro de obras da Petrobras. Esses recursos abasteceriam caixas de partidos governistas. Para trilhar o caminho desse dinheiro a CPMI precisa avançar na quebra do sigilo de empreiteiras e outras empresas que prestavam e ainda prestam serviços para a Petrobras”, defendeu.