Voto Consciente

Pesquisa de intenção de voto faz parte da estratégia do candidato

As pesquisas de intenção de votos são uma das mais importantes ferramentas de informação para os eleitores durante o período de campanha política e pode ter grande influência no resultado de uma eleição. O apontamento feito pelo cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira, é que as pesquisas podem influenciar de três maneiras diferentes. “Ela pode contribuir para direcionar o voto a favor ou contra um candidato ou promover o voto útil, aquele que o eleitor pode traçar sua estratégia”, explica. Neste  caso, o eleitor pode escolher pelo candidato que está melhor colocado na pesquisa, mesmo que não seja o seu favorito, apenas para não ver um opositor eleito.

Nas duas últimas eleições em Curitiba – para o Senado, em 2010 e para prefeito, em 2012 – as lembranças de pesquisas não são nada animadoras. Na briga pelo Senado, apareciam nas pesquisas Gleisi Hoffamnn com 51%, Roberto Requião 47%, e ainda Gustavo Fruet e Ricardo Barros com 27% e 22%, respectivamente. Mas no final da apuração, Gleisi ficou com 29,5%, Requião, 24,8% e Fruet 23,1%. Números muito distantes dos apresentados nas pesquisas, embora Requião e Gleisi tenham se elegido.

Situação ainda mais surpreendente aconteceu em 2012. Gustavo Fruet sequer aparecia no segundo turno. Ratinho Junior e Luciano Ducci eram os dois primeiros colocados e tidos como nomes certos na segunda etapa das eleições. Mas o resultado das urnas foi diferente. Fruet ficou em primeiro lugar, com Ratinho em segundo e Ducci fora da disputa. No segundo turno, Fruet se elegeu com 60% dos votos.

Para o professor Oliveira, pesquisas sobre candidatos ao Senado são mesmo mais complicadas para fazer. Para que tenha uma boa representação, é preciso que o número de eleitores ouvidos seja alto, o que encarece a pesquisa. “Se para presidente você ouve mil pessoas para ter uma pesquisa, para o Senado teria de ouvir pelo menos dez mil para ter aferição”, explica o professor.

Já no caso da eleição para prefeito, a explicação é simples. “As pesquisas sinalizam o momento eleitoral, mostram a tendência do eleitorado que está em movimento, mas pode não captar a velocidade das mudanças”, afirma Oliveira, destacando que Ratinho já tinha seu eleitorado definido, enquanto Ducci e Fruet tinham margem de crescimento, com Fruet subindo nos últimos dias. “A questão do Fruet está envolvida na questão das famílias. O Ratinho estava contra uma estrutura mais tradicional, de eleitores conservadores, tem seu eleitorado limitado e não teve como ampliar sua fatia no segundo turno”.

Ainda que nem sempre pareça retratar a realidade, o professor indica que os eleitores acompanhem as pesquisas eleitorais, mas que tracem suas análises. “Quanto maior o número de pesquisas de diferentes institutos, melhor para aferição. O eleitor tem comparativo e contraste para saber se algum instituto está manipulando a pesquisa. Ela é mais um subsídio de informação”, explica Oliveira.

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