‘Quem sabe o racionamento sai do armário’, diz Padilha

Em ato de campanha em Mauá, no Grande ABC (SP), o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, afirmou que o racionamento de água “vai sair do armário”, em referência à postura do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa a reeleição, de não determinar medidas para aumentar a economia de água no Estado, que passa pela pior crise hídrica de sua história.

“Sexta-feira passada eu estava em Campinas e desde dezembro lá não tem água. Em Guarulhos, desde fevereiro. Existe um racionamento na prática acontecendo, ele só não é assumido, quem sabe o racionamento vai sair do armário. Vai sair do volume morto e aparecer”, provocou o petista.

A fala de Padilha ocorre um dia depois de o Ministério Público Federal recomendar ao governador Geraldo Alckmin e à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que apresentem projetos para a imediata implementação do racionamento de água nas regiões atendidas pelo Sistema Cantareira.

Segundo o MPF, caso nenhuma medida seja adotada há o risco de um colapso do conjunto de reservatórios que abastece 45% da região metropolitana da capital.O governo de São Paulo e a Sabesp têm 10 dias para informar as providências a serem tomadas em relação à recomendação. O Ministério Público Federal não descarta a adoção de medidas judiciais caso o governo não cumpra a medida.

O estabelecimento de multas para os usuários que não economizarem, iniciativa que pode ter impacto negativo para a campanha de Alckmin, tem sido descartado pelo governo estadual. Nesta terça, 29, Padilha aproveitou do tema e afirmou ainda que sua candidatura foi a que mostrou “pela primeira vez a irresponsabilidade do governo do Estado de São Paulo de não ter feito nenhuma das obras que estavam listadas há dez anos e colocar São Paulo numa situação de risco real de falta d´água”, disse o petista.

Participaram da caminhada em Mauá o coordenador da campanha da presidente Dilma Roussef em São Paulo, Luiz Marinho, o prefeito de Santo André Carlos Grana, de Santo André e o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT).

Skaf

Padilha ironizou o vídeo divulgado nesta segunda-feira, 28, pela campanha do adversário Paulo Skaf (PMDB): “Como dizia minha vó, quem desdenha muito pode um dia querer comprar.”

No clipe, Skaf aparece sentado num trem e é questionado pelo celular sobre um possível apoio ao PT. A resposta é uma repetição do bordão criado pelo compadre Washington, do conjunto É o Tchan: “Sabe de nada, inocente”.