CPI vai investigar presidente da Câmara de Curitiba

A Câmara de Vereadores de Curitiba vai instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias contra o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), particularmente um contrato com a empresa de comunicação Oficina da Notícia, que pertence à sua mulher, Cláudia Queiroz Guedes. O contrato, com validade de um ano, foi assinado em 2006. No entanto, as prorrogações fizeram com que fosse encerrado somente em maio deste ano, tendo rendido R$ 5,1 milhões à proprietária.

Dos 38 vereadores, 36 assinaram o pedido de instalação protocolado hoje. Apenas o vereador João do Suco (PSDB), que está em viagem oficial ao exterior, e o próprio Derosso não assinaram. Os partidos passaram o dia estudando os nomes dos nove integrantes da comissão. A previsão é que os trabalhos comecem na próxima semana. O objetivo primordial da CPI é investigar a possibilidade de ter havido favorecimento na licitação publicitária, mas outras acusações, entre elas a de nepotismo e de contratação irregular de funcionários, devem ser analisadas.

Derosso é vereador desde 1988 e preside a Câmara pela oitava vez consecutiva, sendo reeleito a cada dois anos desde 1997. Ele não foi encontrado para comentar o pedido de instalação da CPI. Desde que as denúncias começaram a ser veiculadas, o vereador esteve em duas sessões da Câmara, quando alegou que fora instalada uma “inquisição” contra ele. Seu nome vinha sendo comentado para ser candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo atual prefeito, Luciano Ducci (PSB).

O vice-presidente do PSDB no Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni, propôs que Derosso afaste-se do partido durante as investigações. “Não pode o PSDB ser equiparado com os problemas que estão ocorrendo na Câmara de Vereadores”, disse. “Se ele provar a inocência, ele volta”. O governador Beto Richa, que preside o PSDB, reforçou a necessidade de se investigar as denúncias. “Se houver algum tipo de ilícito que seja punido com todo rigor da lei”, afirmou.