Derrotados

Milionários não se reelegeram para a Câmara Federal

Nem só de dinheiro é feita uma campanha eleitoral. O relatório das prestações de contas dos candidatos, disponível no site do Tribunal Superior eleitoral aponta que cada deputado federal eleito pelo Paraná gastou, em média R$ 1,157 milhão para conseguir uma cadeira na Câmara Federal.

Alguns dos eleitos conseguiram fazer campanhas bem mais modestas que os colegas. Cinco deles conseguiram se eleger declarando despesas inferiores a R$ 300 mil.

Outros três candidatos, mesmo com campanhas milionárias não conseguiram umas das 30 vagas paranaenses na Câmara, ficando na suplência. As duas campanhas mais caras, inclusive, não resultaram em eleição.

Candidatos à reeleição pela super coligação PT, PMDB e PDT, os deputados federais Wilson Picler (PDT) e Marcelo Almeida (PMDB) gastaram mais que os R$ 4,2 milhões declarados por Alfredo Kaefer (PSDB – o deputado eleito com a campanha mais cara) e não conseguiram votação suficiente para se elegerem.

Fábio Alexandre
Picler: campanha mais cara.

Picler teve a campanha mais cara entre todos os candidatos, superando os R$ 5 milhões. O empresário do ramo da educação declarou uma despesa de R$ 5,6 milhões, gastando R$ 81,00 para cada um dos 69.215 votos que recebeu e o deixaram na terceira suplência da coligação.

O segundo suplente é Marcelo Almeida, empresário da construção civil, herdeiro do grupo CR Almeida. O deputado gastou R$ 4,9 milhões, cerca de R$ 59 para cada um dos 82.518 votos, votação superior ao dobro do candidato que ficou com a última vaga, Leopoldo Meyer (PSB), que teve 38.649 votos, mas disputou a eleição por uma coligação bem menos concorrida que a do PMDB.

Agência Brasil
Balbinoti: mais que senador

Outra campanha milionária que não resultou em eleição é a do futuro primeiro suplente do PMDB, deputado federal Odílio Balbinotti. Representante do agronegócio, o deputado investiu R$ 2,4 milhões, a quarta campanha mais cara entre os candidatos a deputado federal no Paraná, mas recebeu 84.523, quase nove mil votos a menos que o último eleito da coligação, Dr. Rosinha (PT), que gastou R$ 1,1 milhão, e 10 mil votos a menos que Assis do Couto (PT), que gastou “modestos” R$ 278 mil.

As despesas de campanha de Marcelo Almeida, Picler e Balbinotti superam, inclusive os gastos de candidatos nas eleições majoritárias. Os gastos de Picler e Almeida foram superiores que os do senador eleito Roberto Requião (PMDB), que declarou R$ 3 milhões em despesas.

As de Balbinotti foram maiores que as dos terceiro e quarto colocados na disputa para o Senado, Gustavo Fruet (PSDB), que gastou R$ 2,1 milhões, e Ricardo Barros (PP), R$ 2 milhões.