Voto 2010

Aliados de Dilma se mobilizam para tentar virar o jogo no Estado

As lideranças políticas aliadas da candidata a presidente, Dilma Rousseff (PT), no Paraná, começaram a se mobilizar ontem para tentar virar o jogo eleitoral no segundo turno na eleição presidencial no Estado.

O senador Osmar Dias (PDT) e o governador Orlando Pessuti (PMDB) foram chamados a Brasília para conversar sobre a estratégia do segundo turno.

Osmar toma café da manhã com o presidente Lula (PT) e Pessuti se reúne com o deputado Michel Temer, presidente nacional licenciado do PMDB e candidato a vice-presidente na chapa da candidata petista.

Os senadores eleitos Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) já estiveram com Lula e Dilma e estão de volta com as coordenadas sobre como deve ser feito o trabalho em favor da candidata neste segundo turno.

Ontem pela manhã, o presidente estadual do PT, Enio Verri, Gleisi, os cinco deputados federais eleitos e a bancada estadual se reuniram no diretório regional do partido para definir algumas ações.

Depois, o grupo se reuniu com Pessuti e também com o senador Osmar Dias, que já havia conversado, pelo telefone, com Dilma Rousseff pela manhã. Ela pediu a ajuda do pedetista e lamentou a derrota do grupo para o tucano Beto Richa na disputa ao governo do Estado.

No esforço para dar vitória a Dilma, Pessuti desistiu da viagem que faria à Europa a partir da próxima sexta-feira, dia 8. A ausência de dez dias criou uma situação constrangedora porque o substituto de Pessuti seria o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), um aliado do governador eleito Beto Richa (PSDB).

Pessuti pensou bem e avisou ontem aos deputados petistas que recebeu no Palácio das Araucárias que não pretende mais embarcar. Na campanha eleitoral ao governo, Pessuti já havia sido criticado pelos aliados por viajar aos Estados Unidos durante dez dias.

Entre as ações que estão sendo planejadas pelos aliados de Dilma Rousseff no Paraná está a intensificação da campanha nas maiores cidades do Estado. Nos municípios com até vinte mil eleitores, Dilma derrotou o tucano no Estado. Ou seja, a petista venceu a eleição com 331 municípios do Paraná. Nos demais 68 municípios, Serra venceu.

Entre os três fatores que os petistas enumeraram como causadores do segundo turno foram as denúncias sobre quebra de sigilo fiscal, nepotismo e tráfico de influência na Casa Civil e as mensagens divulgadas na internet sobre temas polêmicos como aborto e união civil entre homossexuais.

Numa das mensagens, dizia-se que, se Dilma fosse eleita, o futuro governo iria obrigar os pastores das igrejas pentecostais a realizarem casamentos entre gays. “Eles foram eficientes na construção de um esquema de propaganda que nós vamos ter que combater “, afirmou Verri.

Os resultados adversos para Dilma no Paraná não surpreenderam, afirmou Verri. “A Dilma até fez mais votos que o Lula no primeiro turno. Isso já é tradicional”, comentou o presidente estadual do PT.

Londrina, onde Dilma teve um dos piores desempenhos, é a base eleitoral de dois ministros paranaenses, Paulo Bernardo, do Planejamento, e Marcia Lopes, do Desenvolvimento Social, e também do secretário nacional de Comunicação, André Vargas. “Nem Lula nem Gleisi fizeram mais que 25% dos votos lá. A relação de forças lá é outra”, justificou Verri.