O ex-governador Ronaldo Lessa, candidato ao governo de Alagoas pelo PDT, ficou até as primeiras horas da madrugada de hoje acompanhando a marcha da apuração. Ele só relaxou quando foi divulgado o resultado da última urna, quando já passava da 1 hora. Lessa obteve 394.155 votos (29,16%), contra 389.337 (28,81%) de Fernando Collor (PTB). A diferença pró-Lessa foi de apenas 4.818 votos. Já o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) ficou com 534.962 votos (39,58%).
“Foi uma emoção muito grande. Para quem se propõe a representar o povo, é sempre um momento feliz quando a gente sabe que foi aceito”, afirmou Lessa, durante entrevista à imprensa, na madrugada de hoje, na porto do Hotel Colonial, na Praia de Ponta Verde, em Maceió. “Eu sabia que ia ser difícil. A expectativa era essa, que teríamos uma eleição muito dura, muito disputada”, acrescentou Lessa.
Para o segundo turno, Lessa espera contar mais com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). “O fato da Dilma não ter ganho no primeiro turno não foi bom para ela, mas foi bom para gente. Pois só assim nos teremos a presença dela aqui na nossa campanha”, afirmou o candidato do PDT. Para ele, o apoio de Lula será decisivo na disputa contra o governador Teotônio Vilela.
Lessa disse ainda que vai buscar o apoio de todos os candidatos derrotados para mandar “essa tucanada para fora de Alagoas”. “São 800 mil votos dados à oposição. Precisamos buscar o apoio do Tony Cloves (PCB), do Mário Agra (PSOL), do Jeferson Piones (PRTB) e do Collor. É hora de juntar forças para expulsar a ‘tucana da daqui’, justificou o ex-governador, que espera também um apoio mais efetivo do presidente Lula e da candidata Dilma. “Ela (Dilma) está no segundo turno e precisa descer do salto alto”, afirmou.
Surpresa
Vilela foi a grande surpresa da disputa, porque no início da campanha ele patinava nas pesquisas, em terceiro lugar, com apenas 24% das intenções de voto. Em menos de dois meses de campanha, o tucano passou os adversários – Collor e Lessa – e chegou em primeiro lugar, com 39,58% dos votos válidos. Os outros três candidatos juntos – Mário Agra (PSOL), Tony Cloves (PCB) e Jeferson Piones (PRTB) – somaram apenas 2,45% dos votos.
Assim que tomou conhecimento da vitória, Vilela foi para as ruas comemorar o seu bom desempenho nas urnas. Em entrevista à imprensa, Vilela agradeceu ao povo pela votação e disse que, no momento em que Lessa e Collor disputava voto a voto quem iria com ele para o segundo turno, que não costuma escolher adversário. “Não importa quem vai ser o adversário, nós estamos preparados para derrotar qualquer um”, garantiu.
Vilela disse ainda que, apesar de ter passado boa parte da campanha atrás nas pesquisas, sempre confiou na vitória “Sempre tivemos a convicção que os alagoanos fariam opção pelo caminho do bem. A nossa vitória nos credencia a lutar ainda mais neste segundo turno, não importa o adversário”, afirmou o candidato tucano, deixando um recado para o adversário. “Ele vai se defrontar com um governo que trilha no caminho da honestidade; da geração de empregos; e no resgate do respeito do Brasil ao nosso Estado”.
Quanto ao apoio para o segundo turno, Vilela disse que o importante é o apoio do povo. “Eu quero o apoio do povo, meu maior aliado. O presidente Lula é meu adversário, mas é meu amigo e sabe que depois de muito trabalho o Estado de Alagoas está no rumo certo e vem sendo bem governado”, observou Vilela que obteve 534.962 votos (39,58%), 140.807 votos a mais do que seu opositor no segundo turno.
Certo do segundo turno, o governador participou de uma carreata organizada por sua coligação, para comemorar o resultado das urnas, na orla marítima de Maceió.
Vilela estava acompanhado do deputado federal Benedito de Lira, candidato ao Senado eleito pelo PP, com 904 mil votos (35,95%). O segundo mais votado para o Senado foi o senador Renan Calheiros (PMDB), com 840 mil votos (33,42%). A ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), ficou em terceiro lugar, com apenas 417 mil votos (16,60%).