Pais estão participando da campanha dos filhos

Vivos ou mortos, os pais estão participando ativamente da campanha eleitoral, não apenas na eleição majoritária, como também na campanha proporcional. O caso do candidato ao governo, Beto Richa, é o que mais chama a atenção já que o ex-governador José Richa aparece na maioria dos pronunciamentos do ex-prefeito de Curitiba.

José Richa pai é uma das mais fortes conexões de Beto com o interior do Estado, já que apesar de ter nascido em Londrina, sua carreira política foi construída em Curitiba.

 No clip do programa eleitoral que apresenta Beto, Richa pai está na abertura: “É filho de José Richa, um dos maiores políticos do Brasil e fundador do PSDB. Beto aprendeu em casa as lições de um homem público preocupado com sua gente”.

Beto também faz alusões ao pai, durante a apresentação de propostas. “Hoje o número de policiais é o mesmo de quando meu pai era governador, mais de 20 anos atrás. É um absurdo. Peço seu voto para colocar mais polícia nas ruas”.

Também no PSDB, o deputado federal Gustavo Fruet também usa a referência paterna para conquistar a confiança do eleitor. Ex-prefeito de Curitiba e ex-deputado estadual e ex-deputado federal, Maurício Fruet era um político popular, conhecido pelo seu bom humor, naquele tempo, mais raro nos meios políticos.

Maurício morreu em plena campanha de candidato a deputado federal, em 1998. Gustavo era vereador em Curitiba e acabou substituindo o pai na chapa de candidatos. Foi eleito e construiu uma marca própria. Mesmo assim, agora na sua primeira disputa majoritária, está usando a imagem do pai, no horário eleitoral gratuito.

Agência Câmara
Rosenmann: legado lembrado.

Ao lado

Na eleição proporcional, são vários os candidatos guiados pela figura paterna. Paulo Rosenmann, candidato a deputado federal pelo PSDB, também busca no pai, o ex-deputado federal Max Rosenmann, que morreu em 2008, no exercício do mandato.

Em seu site de campanha, há um link especial sobre o pai, denominado “Legado Rosenmann” e um dos slogans de Paulo é “O trabalho continua”. Há exemplos também de dobradas entre pai e filho.

Abelardo Lupion, deputado federal, apresenta o herdeiro, Pedro Lupion, candidato a deputado estadual. Lupion é candidato à reeleição e atua como principal cabo eleitoral do filho, que enfrenta sua primeira disputa eleitoral. O nome de família já ajudou na carreira política de Abelardo, neto do ex-governador Moisés Lupion.

Arquivo
Belinati: o filho é candidato.

Átila Santana, candidato a deputado estadual pelo PSC, tem sobrenome famoso, mas não na política. O filho do humorista que integrava o quarteto “Os Trapalhões” relata no seu site o que aprendeu com o pai.

“Hoje uma das maiores preocupações de todos nós é a educação, e eu aprendi desde cedo com o meu pai Dedé Santana que a educação é a base para a emancipação humana e social”, diz Átila, que mora no Paraná.

Antonio Carlos Belinati já foi deputado estadual entre 1994 e 1998. Agora, tenta o retorno à Assembleia Legislativa, com a ajuda do pai, o ex-prefeito de Londrina e atual deputado estadual, que teve a candidatura impugnada para concorrer à reeleição. Belinati pai pretende transferir para Antonio Carlos todos os votos cativos que tem no segundo maior colégio eleitoral do Estado.