Seguranças da AL estressados com mudanças

A tentativa da Mesa Executiva de incluir policiais militares no serviço de segurança da Assembleia Legislativa provocou reações em funcionários da área. Ontem pela manhã, o chefe de gabinete do 1º. Secretário da Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Curi (PMDB), Lourival Junior, segundo testemunhas, foi agredido durante uma discussão com seguranças que cobravam explicações sobre a proposta de mudanças no setor.

A Polícia Militar foi chamada para dissolver o tumulto, mas após conversas com alguns dos assessores da Mesa Executiva deixou a Casa sem registrar a ocorrência.

Os policiais permaneceram cerca de vinte minutos em frente à Sala de Segurança da Assembleia Legislativa, onde estavam o assessor de Curi e o novo presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa (Sindilegis), Edmilson Carlos Ferri, que exerce a função de segurança na Casa.

Em seguida deixaram o local. O Coronel Jorge Costa Filho, comandante de Policiamento da Capital, não quis se pronunciar sobre o episódio. Justificou que tinha ido à Assembleia Legislativa, acompanhado de oito policiais, apenas para acompanhar a tramitação de um projeto de interesse dos policiais.

A origem do conflito está no projeto de resolução, assinado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), que começou a ser examinado, anteontem, na Comissão de Constituição e Justiça e que prevê o pagamento de gratificação para oficiais e praças da Polícia Militar que atuem no policiamento do edifício da Assembleia.

O deputado Douglas Fabrício (PPS) pediu vistas ao projeto. A proposta seria o primeiro passo para dar uma nova orientação à chamada Polícia Legislativa, que existe apenas no papel.

O artigo 108 do Regimento Interno da Assembleia permite à Mesa Executiva solicitar oficiais e soldados da PM para o policiamento, assim como para coordenar a implantação da Polícia Legislativa.

Desencontro

Em nota distribuída pela assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa, o episódio de ontem foi classificado como um “desencontro de informações”. Conforme o comunicado da AL, houve apenas uma “discussão entre dois funcionários e ninguém foi agredido, nenhum parlamentar sofreu qualquer tipo de constrangimento e tudo não passou de um grande mal entendido”.