Ponto eletrônico para os servidores da AL

O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), anunciou a implantação de um sistema de controle da freqüência dos funcionários. Ainda sem data marcada para entrar em funcionamento, o sistema deve ser na modalidade ponto eletrônico, que usa cartões magnéticos, ou biométrico, que identifica o funcionário pelas impressões digitais.

O equipamento é visto como a solução para controlar a jornada de trabalho dos servidores do Legislativo e detectar os fantasmas, que sobreviveram ao processo de recadastramento encerrado em maio. Justus disse que pediu estudos à diretoria geral para decidir entre os dois equipamentos.

Ele fez o anúncio na sessão de ontem, durante uma discussão entre deputados a respeito da identificação de 258 servidores, que foram transferidos dos gabinetes para o setor administrativo, conforme está registrado na lista dos servidores publicada pela Assembleia Legislativa no dia 31.

A razão da discórdia é que alguns deputados suspeitam que alguns colegas foram “privilegiados” na distribuição de cargos. Esses funcionários que aparecem como transferidos na lista teriam “sobrado” dos gabinetes de deputados e abrigados na administração, depois que entrou em vigor a lei que limita o número de servidores por deputados.

São 23 nomeações por gabinete e quinze para os principais cargos da Mesa Executiva, como a presidência e a 1ª. Secretaria. Alguns reclamaram que o remanejamento teria sido um jeito de driblar o limite fixado na lei.

Respostas

Na semana passada, os deputados que também integram a Mesa Diretora, Augustinho Zucchi (PDT), Elton Welter (PT), Felipe Lucas (PPS), Cida Borghetti (PP) e Edson Praczyk (PRB), protocolaram um pedido de informações sobre as nomeações de comissionados para a área administrativa.

Ontem, vários deputados fizeram a mesma cobrança. Jocelito Canto (PTB) disse que Justus deveria saber quem são esses servidores e, se forem excedentes dos gabinetes, devem ser demitidos.

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) reclamou que a Mesa deveria estabelecer a proporcionalidade no número de cargos por bancada. A proposta do peemedebista é que quanto maior o número de deputados eleitos, mais cargos o partido terá direito na sua liderança.

Romanelli reclamou que o PMDB, com a maior bancada em plenário, tem 0,7 cargos para cada um dos seus dezessete deputados, enquanto que partidos pequenos, como o PSB e PV, que formam um bloco tem direito a um maior número de nomeações.

“Eles têm três cargos por um deputado. A lei foi um grande avanço, mas pode ser melhorada”, defendeu. Francisco Buhrer (PSDB) disse que a Mesa Executiva tem que tomar providências para evitar essas situações. “Eu não tenho que pagar pelas pessoas que estão fazendo coisas erradas aqui dentro”, afirmou o deputado tucano.

Justus pediu paciência aos deputados para concluir o processo de reorganização interna. “Não é com picuinhas pessoais que vamos chegar lá. Faltam coisas para concluir e o momento é de ter cautela porque não podemos errar”, afirmou.