PMDB é assediado por petistas e pedetistas

O PT e o PDT paranaenses começaram a agir para tentar atrair o PMDB para uma composição na sucessão estadual de outubro. O presidente em exercício do diretório estadual do PDT, Augustinho Zucchi, já fez contato para a primeira reunião formal com o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi e o novo presidente do PT, deputado estadual Ênio Verri, conversou com Pugliesi ontem à tarde para sondar as possibilidades de aproximação.

Coincidência ou não, o movimento dos petistas e pedetistas coincidiu com o pré-lançamento da candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. Dividido entre a candidatura própria do vice-governador Orlando Pessuti e uma aliança com o PSDB, o PMDB não definiu que rumo tomar na sucessão estadual.

O governador Roberto Requião tem dito que apoia Pessuti. Porém, ao seu redor, os peemedebistas comentam que o governador está disposto a adotar a solução que mais beneficiar o seu projeto de eleição ao Senado, o que inclui a possibilidade de aliança com PSDB ou PT se isso significar a eliminação de adversários ao seu projeto.

Pugliesi disse que se depender da bancada estadual, o PMDB fecha um acordo com o PSDB. Porém, Pessuti irá assumir o governo a partir de abril e sua candidatura ainda pode ganhar um fôlego se melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenções de votos.

Para o presidente estadual do partido, o PMDB, o PDT e o PT são siglas “assemelhadas” e que poderiam estar juntas no Paraná. Mas lembrou que o PMDB está construindo a candidatura de Pessuti e que a definição somente virá na temporada de convenções, em junho, quando for possível medir o efeito da posse de Pessuti no governo sobre sua candidatura.

Atila Alberti
Pugliesi: siglas assemelhadas.

O líder do governo, na Assembleia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli, concorda que é preciso respeitar o projeto da candidatura própria, mas diz que o partido não deve se fechar ao diálogo com os tucanos.

“Nós temos que ter um sinal do PSDB que irá respeitar os prazos do PMDB”, disse Romanelli, referindo-se ao tempo que deve ser dado a Pessuti para testar sua pré-candidatura. “Ele tem que crescer eleitoralmente num quadro de polarização entre Beto e Osmar Dias”, afirmou.

Mais do que propor uma coligação, Zucchi disse que o PDT quer ouvir o que o PMDB tem a dizer sobre a sucessão estadual. “Queremos saber se o PMDB está na mesma linha da base de apoio do governo. Nós sempre respeitamos a candidatura do Pessuti e, por isso, nunca conversamos formalmente com o PMDB. Mas agora, estamos num momento que antecede as convenções. Então, queremos saber o que o PMDB pretende”, afirmou.

O presidente estadual do PDT disse que a confirmação da pré-candidatura do prefeito de Curitiba ao governo não altera a direção das articulações que vêm sendo feitas pelo seu partido. “Já havia evidências de que o prefeito seria o candidato. Para nós, não altera em nada. Ele ainda não renunciou à prefeitura”,observou.