Restam quatro dias para acordo entre Beto e Alvaro

O senador Alvaro Dias e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, têm mais quatro dias para entrarem num acordo sobre qual dos dois será candidato do PSDB ao governo do Estado em outubro deste ano.

Se não houver consenso, já está tudo pronto para que o pré-candidato seja decidido na reunião da próxima segunda-feira, dia 8, com os 45 membros do diretório estadual, em Curitiba.

A escolha não será adiada, assegurou ontem, 3, o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, rebatendo especulações de que o grupo que apoia Beto teria recuado e resolvido esperar um pouco mais antes de lançar o prefeito à disputa.

Beto é o favorito do diretório para ser o candidato, conforme as manifestações das lideranças do partido que estiveram na reunião do dia 18, em Curitiba, onde foi marcada a data da decisão.

Agência Senado
Alvaro: argumento nacional.

A expectativa do senador Alvaro Dias era que a direção nacional do partido interferisse na decisão, aplicando no Paraná a lógica da eleição presidencial. Ou seja, o senador seria o candidato ao governo para neutralizar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT), que está em negociações com o PT para abrir seu palanque à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República.

O trunfo de Alvaro é que existe um acordo entre ele e o irmão de que não disputariam a eleição entre si. Desta forma, o PSDB implodiria o palanque da ministra no Paraná, já que o PT não dispõe de um nome com potencial eleitoral capaz de alavancar Dilma e nem o seu tradicional aliado, o PMDB.

Allan Costa Pinto
Beto: preferido do diretório.

Rossoni disse ontem que o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), não tem viagem marcada ao Paraná. “Nós não temos nada contra que ele venha. Ele pode contribuir muito com o entendimento. Mas ele não disse que virá aqui”, afirmou o presidente do partido.

A lógica nacional pode ser invertida, disse Rossoni, refratário aos argumentos de Alvaro. Além de afirmar que a decisão do partido no Paraná não pode seguir apenas a conjuntura nacional, Rossoni citou que há outra leitura do quadro.

“Nós não podemos nos basear apenas nessa conjuntura nacional porque nós temos que vencer a eleição no Paraná. Porque se lançarmos uma candidatura ao governo mal construída, esta candidatura poderá ser derrotada e puxar o candidato a presidente para baixo”, argumentou.

O lançamento do prefeito de Curitiba como o pré-candidato do partido ao governo na próxima segunda-feira, segue uma estratégia específica. Como a escolha para valer somente pode ser feita entre os dias 10 e 30 de junho, no calendário oficial das convenções partidárias, estabelecido pela legislação eleitoral, o pré-lançamento serviria para testar a reação da opinião pública à hipótese de o prefeito renunciar à prefeitura no dia 3 de abril, no início do segundo ano de seu mandato.