Escola de Governo

Pimentel acusa Requião de tirar o foco das denúncias

O ex-governador e ex-presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Paulo Cruz Pimentel, disse que o governador Roberto Requião (PMDB) relembrou um episódio antigo, já investigado e arquivado ao tentar, ontem, durante a Escola de Governo, culpá-lo pelo prejuízo de R$ 36 milhões da Fundação Copel aplicados no Banco Santos, que teve sua falência decretada em 20 de setembro de 2005.

Para Pimentel, a tentativa de Requião é a de desviar a atenção sobre o caso da negociação das ações do Terminal Ponta do Félix, no Porto de Antonina. “Ele citou um caso já investigado e arquivado pela Polícia Federal e, por unanimidade, pela Superintendência de Previdência Complementar. É um assunto encerrado. Fez isso para tentar tirar atenção da negociação das ações da Previ no Terminal Ponta do Félix, depois do depoimento do ex-presidente da Fundação Copel (Edilson Bertholdo) que aponta intermediação do Eduardo Requião (irmão do governador e ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – Appa)”, disse Pimentel.

Na “escolinha” de ontem, Requião disse que enquanto presidente da Copel, Paulo Pimentel teria desobedecido ordem do governador de retirar os recursos da Fundação Copel investidos no Banco Santos e no Banco Panamericano, em 2004.

O delegado da Polícia Federal José Francisco de Castilho Neto, assessor especial da Corregedoria e Ouvidoria Geral do Estado apresentou e-mail enviado pelo então diretor-financeiro da Copel, Ronald Thadeu Ravedutti ao presidente da fundação, Murilo Batista Júnior, com a orientação da retirada das aplicações.

“Essa orientação, se foi enviada, foi para o Ravedutti, eu nunca recebi nenhuma orientação neste sentido. Além disso, o presidente da Copel não tem nenhuma ingerência na Fundação. As aplicações não dependiam de minha vontade”, disse Pimentel. “Tudo isso foi exaustivamente investigado na época, pois ele (Requião) queria alguma prova contra mim, mas tudo foi arquivado. Tenho a ficha limpa”, disse o ex-governador, lembrando que o Banco Pan-Americano “não deve um centavo à Fundação”.

Pimentel revelou acreditar que foi escolhido como alvo de Requião por conta da postura fiscalizatória de seus jornais. “Mas ele poderia escolher qualquer um. Fez para desviar a atenção da intermediação do Eduardo na Ponta do Félix, da compra da draga chinesa de um empresário de São José dos Pinhais que já deu calote no Estado, ao vender e não entregar fardas à Polícia Militar. É o que sempre faz, o que fez no caso ainda não explicado das tevês alaranjadas compradas pelo seu outro irmão, Maurício Requião, quando esse exercia o cargo de secretário da Educação. Ao invés de se defender, procura alguém para atacar”.

O ex-governador, que classificou como mentirosas e irresponsáveis as acusações de Requião disse que estudará medida judicial contra o governador. “Ele não pode caluniar impunemente. Mas é isso que faz. Ele não sabe administrar e trabalhar em harmonia, sabe brigar e xingar apenas. Mas não vai conseguir me manchar ou me irritar com suas mentiras e atuações cênicas”, concluiu.

Solidariedade na AL

A tentativa de Requião de desviar o foco foi criticada na Assembleia Legislativa pelo líder da Oposição, deputado Elio Rusch (DEM), que também criticou o mau uso da TV Educativa, que transmite ao vivo a “escolinha”. “O governador Roberto Requião parece não estar preocupado com as multas recebidas da Justiça pelo mau uso da TV Educativa. Continua usando a “escolinha’ para criticar adversários políticos e desviar o foco dos problemas ,que rondam sua administração”, disse, solidarizando-se a Paulo Pimentel. Rusch declarou que, ao invés do governador se preocupar em culpar administrações passadas pelos problemas do Paraná, deveria agir para solucionar esses problemas.