Sucessão

Tucanos divergem sobre antecipação de candidatura

O senador Alvaro Dias (PSDB) acha que se o PSDB nacional escolher até dezembro o candidato do partido à presidência da República, as definições estaduais também terão que se adiantar.

Alvaro concorda com a posição do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que deu um ultimato ao partido, afirmando que irá concorrer ao Senado, se não houver decisão até o final do ano, entre ele e o governador de São Paulo, José Serra.

Pré-candidato ao governo do Estado, disputando a indicação com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, o senador tucano acha que as definições devem acontecer antes de março de 2010, o prazo preferido do governador paulista para a disputa nacional. Esta também é a data defendida pelo prefeito de Curitiba, que tem até abril para renunciar ao cargo se decidir concorrer ao governo.

Alvaro disse que a indicação das candidaturas estaduais e, sobretudo as alianças regionais que darão sustentação à candidatura presidencial, estão na dependência da decisão nacional, que deve ser tomada agora para não perder terreno para a candidatura governista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

“Nós estendemos o Serra. É claro que quem está na frente nas pesquisas não quer antecipar nada. Mas o presidente Lula atropelou o processo. Então, a decisão da maioria do partido é por definir logo o candidato”, comentou.

O candidato do PSDB à presidência da República terá mais condições para articular a formação das coligações nos estados, disse Alvaro. Esse trabalho vem sendo feito pelo presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, mas em nome de uma candidatura que ainda não está definida. “O candidato a presidente terá mais condições de liderar o processo de articulação dos palanques”, disse o senador tucano.

No Paraná, o processo está invertido, afirmou Alvaro. O PSDB discute alianças sem definir o candidato. “Acho que deveria ser o inverso. Porque dependendo de quem será o candidato, há uma mudança expressiva em relação ao que o partido pode agregar ao palanque”, afirmou.

E citou como exemplo a negociação com o PDT, onde o senador Osmar Dias é pré-candidato ao governo, mas abdicaria da disputa se os tucanos lançassem Alvaro ao governo. “Esse é o nosso entendimento”, garantiu o senador.

Tem tempo

O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, acha que não há razão para antecipar decisões nem nacionais nem estaduais. “O Serra tem que ser candidato a presidente e o Aécio a vice. Não podemos deixar de ter uma chapa imbatível como essa. Mas o Serra está certo. Não precisa ser agora. Assim ele fica de fora dessa linha de tiro. Se o Lula e a Dilma estão fazendo campanha, nós não perdemos nada até agora. O Serra continua na frente, só oscilou quatro pontos”, disse.

Quanto às posições estaduais, Rossoni é categórico. Antes do final de março, não há o que discutir, disse. “No mês de março teremos que tomar uma posição. Mas o ponto de partida será a decisão do prefeito Beto Richa”, afirmou o dirigente do PSDB.