Preocupado com o processo eleitoral de 2010, um grupo de deputados peemedebistas decidiu intervir para restabelecer a harmonia entre o vice-governador Orlando Pessuti, pré-candidato do partido ao governo, e o governador Roberto Requião (PMDB).
Os deputados se reuniram com o vice-governador anteontem para pôr um fim no impasse, que começou no feriado da padroeira de Curitiba, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no dia 8 de setembro. Pessuti era a favor da suspensão do expediente na administração pública e Requião decidiu cancelar o feriado.
Na Escola de Governo no dia 8, Pessuti faltou e foi à missa na Catedral Basílica de Curitiba. A birra entre Pessuti e Requião seria mais um episódio folclórico na difícil relação entre governadores e seus vices no Paraná, se fosse outro momento.
Mas agora, além de estar se prolongando além das expectativas, o desentendimento atrapalha o projeto de construção da candidatura para o governo, justamente quando Requião começava a demonstrar certa boa vontade para ajudar a candidatura de Pessuti a se firmar no partido.
Alexandre Curi, Nereu Moura e Luiz Claudio Romanelli estão empenhados em promover a reconciliação. Foram conversar com o vice-governador, que estaria impedido de usar o avião do governo. Além disso, informações sobre sua atuação já não são mais vistas nos espaços de divulgação da administração estadual.
Mas os deputados tentam amenizar a situação. Nereu Moura disse que numa relação antiga sempre tem um conflito ou outro, mas que está “tudo bem”. Segundo Moura, foi Pessuti quem abriu mão de viajar no avião do governo e de ter suas ações divulgadas. “Ele não quer ser acusado mais tarde de usar a máquina pública para se promover eleitoralmente”, afirmou.
Moura garante que Requião já escolheu Pessuti como seu candidato à sucessão. “O Pessuti está passando agora pela prova de resistência para mostrar que tem a envergadura necessária para fazer um bom governo”, disse o deputado peemedebista, referindo-se aos obstáculos internos e externos que Pessuti enfrenta para ser candidato.
Os peemedebistas alegam que o encontro com Pessuti foi para estabelecer as estratégias de campanha. E que as propostas serão apresentadas hoje em um novo encontro com o vice-governador durante a reunião da executiva estadual do PMDB.
Um dos desafios de Pessuti é conseguir costurar alianças. A tentativa de atrair o PT para apoiar a sua candidatura não deu frutos. O PT insiste em transformar o senador Osmar Dias (PDT) em seu candidato ao governo e não deu esperanças a Pessuti, que agora busca outras forças, como o PTB e o PV.
Uma das cartas na manga do vice-governador é que, a partir de abril de 2010, ele será o governador do Paraná, já que Requião terá que deixar o governo para concorrer ao Senado.