O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) substituirá hoje o governador Roberto Requião (PMDB) na recepção ao presidente Lula (PT), que chega a Curitiba no final da tarde para a posse do juiz Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (PR).
A ausência de Requião na solenidade coincide com mais um dos momentos de mal-estar entre o governador e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A explicação oficial para Requião não estar na cidade no dia da visita do presidente é que ele tem uma agenda em Foz do Iguaçu e Paranavaí, e no dia seguinte, estará em Toledo.
Ainda de acordo com alguns peemedebistas, Requião preferiu manter os compromissos como forma de ceder seu espaço para o vice-governador Orlando Pessuti se inserir na agenda do presidente e tratar das articulações do apoio do PT à sua candidatura ao governo pelo PMDB.
Em encontro anterior com o presidente Lula, no início deste ano, o vice-governador defendeu junto a Lula o apoio do PT do Paraná ao projeto eleitoral do PMDB no Paraná.
O governador se irritou com as declarações de Bernardo, garantindo que o PT vai se empenhar para eleger o senador Osmar Dias (PDT) para o governo do Estado no próximo ano, se o pedetista declarar apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República. O petista não disse nada que já não tenha declarado antes, mas desta vez, por algum motivo, Requião resolveu reagir.
Requião achou que Bernardo desbancou o PMDB da sua posição de aliado preferencial de Lula no Paraná. A presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, foi anteontem ao Palácio Iguaçu amenizar o impacto das declarações de Bernardo junto ao governador.
Além de convencer Lula a desistir de apoiar Osmar em favor de sua candidatura, Pessuti terá que acertar os ponteiros internos do PMDB, onde uma parte dos deputados estaduais está em busca de motivos para apressar a declaração de apoio à candidatura do PSDB ao governo, que pode ser a do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ou do senador Alvaro Dias.
Em reunião ontem pela manhã, a executiva estadual do PMDB discutiu mais uma vez as estratégias para conter as deserções internas e fortalecer o nome do vice-governador na disputa do próximo ano.
O presidente do partido, deputado estadual Waldyr Pugliesi, disse que alguns participantes da reunião apontaram falhas na condução do processo de construção da candidatura de Pessuti.
E que a conversa serviu para fazer aperfeiçoar algumas ações. Uma delas será uma rodada oficial de reuniões com a direção de alguns partidos para propor uma composição para 2010. Na lista, o PMDB inclui os partidos da base aliada do presidente Lula, como o PDT, PCdoB e PR, além do PT.
Pugliesi disse que, informalmente, já estão sendo feitos contatos com todos estes partidos. “Mas, agora, vamos procurar a todos para convidá-los a se somar à candidatura do PMDB”, afirmou.