Sucessão

Osmar diz que tucanos ainda não o procuraram

O PSDB ainda não converteu em ação seu discurso de reaproximação do senador Osmar Dias (PDT) que disse ontem a O Estado não ter sido procurado por nenhum representante dos tucanos para restabelecer a conversa sobre alianças para a sucessão de 2010.

Na segunda-feira, 6, Osmar esteve com Rossoni, mas relatou que não houve sinalização para a retomada das negociações interrompidas à medida em que se fortalecia a proposta de candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ao governo, e avançavam as negociações do pedetista com o PT.

Há dois dias, os tucanos voltaram a considerar “prioritária” a aliança com Osmar. “Isso poderia ter acontecido um pouco antes. Mas tudo bem. Nunca é tarde para a gente conversar”, afirmou o senador, para quem o novo estado de ânimo dos tucanos ainda não foi expresso.

“Ninguém entrou em contato comigo”, disse Osmar. No encontro da segunda-feira, a conversa foi sobre a disputa interna de candidaturas no PSDB e nada mais, afirmou o senador pedetista, lembrando que encontro com Rossoni ocorreu antes que o presidente do PSDB viajasse a Brasília, onde esteve com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra.

Agência Senado
Osmar: por que não antes?

Na linha

Os tucanos não fizeram contato, mas o PT fez. Osmar recebeu um telefonema do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ele é o principal porta-voz no Paraná do desejo do presidente Lula (PT) de ter o pedetista no comando de uma frente para o governo, reunindo todos os partidos da base aliada.

Bernardo procurou Osmar para garantir que na próxima segunda-feira, 13, na reunião com as lideranças do PMDB, a direção petista vai insistir na defesa de um acordo entre todos os partidos da coalizão de Lula no Congresso Nacional.

Uma posição que confronta com o PMDB que, a julgar pelo que antecipou o presidente estadual do partido, deputado Waldyr Pugliesi, planeja fazer os petistas optarem entre as candidaturas de Osmar e a do vice-governador Orlando Pessuti.

Trincheira amiga

Agência Brasil
Bernardo: contado imediato.

Osmar disse que está observando, pacientemente, todas estas movimentações. Mas observou que a resistência peemedebista à uma aliança com o PDT não é uniforme.

Osmar citou que os deputados federais Osmar Serraglio e Moacir Micheleto, por exemplo, não se alinham ao pensamento anti-aliança pedetista que predomina no PMDB.

“Eles têm manifestado interesse em conversar sobre esse assunto e demonstram uma posição diferente daquela manifestada pelo presidente do partido (Waldyr Pugliesi)”, disse Osmar.

Para Osmar, a conversa do PT com o PMDB é importante para saber se a proposta de aliança da base continua ou se o PT vai seguir a lógica dos peemedebistas que pretendem fazer os petistas abandonarem o diálogo com o PDT.

“Enquanto essas conversas transcorrem, e num dia, alguns dizem que eu estou no jogo, depois que eu estou fora do jogo, eu vou cuidando da elaboração do plano de governo, que está indo muito bem”, comentou o senador.