Alvaro Dias critica encontro tucano em Foz do Iguaçu

No dia seguinte ao encontro nacional do PSDB em Foz do Iguaçu e à badalação em torno do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), apontado como provável candidato tucano ao governo do estado em 2010, o senador Alvaro Dias, que também pretende disputar as eleições estaduais pelo PSDB reconheceu a preferência da direção estadual do partido pelo nome de Beto, mas disse que ainda pode convencer o partido de que é a melhor opção, apostando na sua capacidade de aglutinação e nos filiados tucanos.

“O partido extinguiu as comissões provisórias e só vai constituir novas depois da eleição. Então, o PSDB está concentrado na cúpula que hoje o dirige. Não sabemos a opinião dos filiados, mas a direção, o presidente do partido, sim, conduzem e alimentam essa candidatura (do Beto Richa). Os filiados ainda não se manifestaram”, comentou Alvaro.

Para o senador, a badalação de sexta-feira pouco influi na definição do candidato tucano. “A maioria que estava lá não era militante do partido, era da base de apoio do deputado Alfredo Kaefer, que organizou o evento. Não houve qualquer conversa sobre candidatura, as discussões foram todas sobre agricultura e agroindústria. A candidatura no Paraná só foi abordada por causa dos questionamentos da imprensa”, lembrou.

Alvaro criticou o clima de campanha que alguns eventos do partido vem ganhando neste ano. “É cedo para trabalhar campanha. Não vejo prudência nessa antecipação. É hora, sim, do trabalho interno, da discussão de alianças. Isso já pode e deve ser feito. Mas ir para o interior, em eventos que deixam claro ser de campanha, é precipitado”, comentou.

“Mas não vou jogar lenha na fogueira. Se ele está em campanha, é ele quem tem que dizer. Ele disse que ainda não sabe se é candidato, que só vai decidir em janeiro, então não pode estar em campanha”, acrescentou.

O senador tucano disse que não tem trabalhado candidatura, que só apresentou seu nome como uma opção, mas que não vai disputar com ninguém, só será candidato se for assim conduzido pelo partido e pela aliança de oposição.

“Eu não posso trabalhar minha candidatura desde agora. Não tenho tempo e não tenho o partido para organizar eventos assim como a direção do partido vem organizando para o Beto”, disse.

O grande trunfo de Alvaro é a possibilidade de aglutinação. Em um cenário que indica, cada vez mais, a possibilidade de disputa entre Beto Richa e Osmar Dias (PDT), que largariam praticamente empatados em intenções de voto, Alvaro pode ser o candidato mais apropriado para manter PSDB e PDT juntos, isso porque ele e Osmar, seu irmão, já declararam que em nenhuma hipótese serão adversários. Além disso, o senador mantém uma ótima relação com o PMDB.

“Não quero dizer que eu tenho mais ou menos possibilidade de aglutinar que outros candidatos. Mas a minha tese é essa, de aglutinar o máximo possível”, disse. No Paraná, os partidos estão mal estruturados, o que temos são lideranças, e as circunstâncias nos levam a ter essas lideranças oriundas de uma mesma matriz. Então, temos que conseguir juntar o máximo possível desses nomes: eu, Beto, Osmar e Pessuti, sem descartar nenhum desses, buscar o nome ideal, também, para o projeto nacional. O que mais pode atrapalhar são as ambições pessoais, que são legítimas, mas podem atrapalhar”, concluiu.