Calçadão da Rua XV

Protesto contra as demissões na Copel

Centenas de manifestantes ocuparam, na manhã de ontem, o calçadão da Rua XV de Novembro para protestar contra o plano de demissão dos aposentados pelo INSS da Companhia Paranaense de Energia (Copel).

Decisão do conselho diretor da empresa determinou o desligamento dos cerca de mil funcionários da empresa que já estão aposentados pela Previdência Social, num plano de renovação dos quadros da companhia. Trezentos desses servidores já aderiram ao plano de demissão voluntária da empresa, mas os outros 700 resistem ao desligamento.

“As demissões são ilegais, é um desrespeito e descriminação desses funcionários que muito já contribuíram para a empresa”, comentou o líder sindical Alexandre Martins. “Além disso, ao substituir os funcionários mais experientes e qualificados, a Copel está dando um passo atrás, sem contar o passivo trabalhista que essa medida vai gerar à empresa”, acrescentou, reforçando que o plano de demissões não foi consenso dentro do companhia e um dos contrários à medida é, inclusive, o diretor jurídico da empresa, Zuudi Sakakihara.

Além da demissão, muitos dos funcionários ameaçados ainda perderiam benefícios do plano de previdência privada da Fundação Copel. É que, apesar de já aposentados por tempo de serviço pelo INSS, alguns servidores não completaram o tempo de contribuição ao fundo, o que lhes veda o direito ao benefício completo.

Doze sindicatos que representam os servidores da Copel protocolaram, na sexta-feira, uma ação conjunta na Justiça do Trabalho contra a medida da direção da companhia.

Eles também encaminharam ao Ministério Público de Trabalho o pedido de uma ação civil pública contra a Copel. O MP do Trabalho já tem um parecer pela ilegalidade das demissões.