Polêmica

Ex-assessora dá sua versão para caso de assédio

Uma brincadeira infeliz teria originado a denúncia de assédio sexual que fez com que o PV expulsasse o vereador Professor Galdino do partido. A ex-assessora parlamentar Kátia Rosana Curtis de Mello contou, ontem, sua versão do assédio que teria sofrido.

Ela disse que o caso ocorreu na ocasião da diplomação dos vereadores eleitos. Kátia, que havia trabalhado com o ex-vereador Paulo Salamuni (PV), que não se reelegeu, foi indicada para trabalhar no gabinete de Galdino, e, antes mesmo da posse já estava auxiliando o vereador novato.

No dia 18 de dezembro do ano passado, logo após a diplomação, quando Kátia quis orientar Galdino sobre as formalidades do evento, foi quando, segundo a delatora, ocorreu o assédio.

“Falei que ele teria de cumprimentar as autoridades presentes e posar para as fotos oficiais. Ele se recusou. Falei que ele estava se comportando como uma criança e que iria dar a ele uma chupeta”, disse. “Daí ele respondeu que havia muito tempo que não fazia sexo oral e que por isso, aceitaria uma chupeta”, contou.

Kátia contou que, num almoço do partido, no dia seguinte, comunicou a Galdino que, devido ao ocorrido no dia anterior, não iria mais trabalhar para ele. “Aí ele disse que dobraria meu salário, que passaria para R$ 5 mil e que poderia me dar muito mais. Disse que ele estava louco e ele respondeu que era eu que o deixava naquele estado.”

Questionada sobre o porquê de não ter denunciado o caso logo após o ocorrido, esperando quase três meses para falar, Kátia disse que só resolveu contar agora porque teria ficado sabendo de outros casos de assédio envolvendo o vereador. “Mas só eu tive coragem de denunciar até agora.”

A denúncia de Kátia, no entanto, só foi feita ao diretório estadual do PV, através de carta enviada ao presidente do partido, Melo Viana, no último dia 10 de março. Orientada pelos advogados do PV, Kátia Mello registrou boletim de ocorrência ontem, na Delegacia da Mulher.

A denúncia de assédio contra Galdino só veio à tona na comissão de ética instalada pelo PV para avaliar a atitude de Galdino que exonerou de seu gabinete dois funcionários indicados pelo partido que, segundo o vereador, não apareciam para trabalhar.

Após relatório da comissão, o vereador foi expulso do partido, mas o motivo para a expulsão foi o suposto assédio e não a exoneração dos funcionários. “Não tínhamos o espírito de expulsá-lo, mas surgiu esse fato novo, que não nos deixou alternativa”, disse o secretário-geral da legenda, Francisco Caetano, informando que o partido irá requerer à presidência da Câmara e à Justiça Eleitoral a cadeira de Galdino na Casa.

O vereador professor Galdino não atendeu à imprensa ontem porque teve de viajar a São Paulo por conta de problemas de saúde de um de seus familiares. A assessoria do vereador, no entanto, voltou a negar as acusações.