DEM é contra Osmar Dias como líder do Planalto

O presidente estadual do DEM, deputado federal Abelardo Lupion, acha que o senador Osmar Dias (PDT) não deve aceitar a liderança do governo do presidente Lula (PT) no Congresso Nacional.

Para Lupion, que defende Osmar como candidato ao governo na aliança entre pedetistas, tucanos e o DEM nas eleições do próximo ano, o senador renegaria sua história se passasse a representar o governo Lula no Congresso.

“Para ele seria um suicídio. É contra a sua história ser o porta-voz de um governo que apóia invasões de terra”, disse Lupion, que integra a bancada ruralista na Câmara dos Deputados.

Ele afirmou que o senador pedetista deveria refletir sobre as consequências para sua candidatura ao governo no Paraná antes de decidir aceitar o posto. Osmar foi sondado pelos senadores petistas Aloísio Mercadante (SP) e pela líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), mas ainda não foi oficialmente convidado para o cargo.

Se concordasse em integrar formalmente o governo Lula, Osmar perderia sua independência, alertou Lupion. Mesmo sendo líder do PDT no Senado, partido que integra a base de apoio de Lula, Lupion acredita que Osmar tem autonomia para se posicionar.

“Ele não tem nenhum comprometimento com o governo. Ele tem independência de voto. Mas a partir do momento em que ele passa a ser porta-voz do governo, isso muda”, comentou.

Os partidos que planejam se juntar novamente em uma coligação para a disputa de 2010 ao governo ficariam numa situação desconfortável se Osmar se transformasse num auxiliar do presidente Lula no Congresso, continuou Lupion.

“A situação dos partidos de apoio a ele fica difícil. Eu conversei com o Osmar. Não é botar a faca no peito dele. É ponderar e usar o bom senso. Se ele fizer isso, vai acabar com a história dele”, disse.

Precedência

Lupion disse que sua candidatura ao Senado é irreversível. Ele garante que há consenso no DEM sobre a necessidade de o partido ter uma candidatura majoritária para alavancar as candidaturas proporcionais (Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados) na disputa de 2010. Oito coordenadorias foram criadas no Estado para mapear candidaturas, informou.

O lançamento pelo PSDB de outros dois nomes – o senador Alvaro Dias e o prefeito de Curitiba, Beto Richa – para concorrer à sucessão estadual em um contexto em que o senador Osmar Dias era o favorito para encabeçar a chapa, é uma forma de a oposição se fortalecer, disse Lupion. “Se deixar um candidato só, alguém chega e ocupa o espaço da oposição”, analisou.

Apesar de identificar um papel estratégico das candidaturas tucanas, Lupion insiste que o prefeito Beto Richa não deveria concorrer ao governo. “A precedência é do Osmar. Nós apoiamos o Beto para que ele ficasse na prefeitura e ajudasse a ganhar o governo do Estado”, frisou.