PMDB tenta costurar proposta para 2010

Na próxima segunda-feira, dia 2, a executiva estadual do PMDB se reúne pela primeira vez neste ano. Serão abertas, oficialmente, as discussões sobre a sucessão estadual de 2010 no partido, que está dividido em vários grupos, que defendem desde uma candidatura própria até o apoio à possível candidatura do prefeito Beto Richa (PSDB) ao governo ou um acordo com o também tucano senador Alvaro Dias. Outros acham que o caminho é apoiar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT), junto com o PT.

O presidente estadual do PMDB, deputado estadual Waldyr Pugliesi, disse que a diferença de posições faz parte do caráter plural do PMDB. “Que bom que temos divergências. O partido sempre diverge no início das discussões e, mais adiante se fortalece”, afirmou o dirigente peemedebista.

A posição oficial do partido é trabalhar para construir a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), apontou Pugliesi. Já as demais tendências se inserem na lógica de que todo o partido precisa conversar com outras forças, analisou. “Isso é natural em política. Os que querem conversar conosco estão conversando. Todo mundo conversa com todo mundo em política”, afirmou Pugliesi.

Sobre a posição do grupo que não vê outra saída para o PMDB a não ser uma aliança com o PSDB no Estado, Pugliesi também acha que faz parte da natureza do processo eleitoral.

“Eles nos procuram, assim como conversamos com o pessoal do PT, PV e PDT. Não sei porque as pessoas estranham. Teremos eleição no próximo ano e sempre defendemos a pluralidade interna”, comentou.

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Pugliesi: caráter plural.

Plano A

Para o deputado Dobrandino da Silva (PMDB), a primeira alternativa do partido é a candidatura própria. “O plano A é ter candidato próprio. O meu candidato é o Pessuti. O Plano B é a coligação. Mas isso tem que ser discutido de forma madura no colegiado do partido. Quem comanda essa discussão é o Pugliesi, que é o presidente”, afirmou.

Entre os simpatizantes de uma aproximação com o PSDB, está o deputado Mauro Moraes, que já apoiou Beto Richa na campanha eleitoral do ano passado, quando o tucano foi reeleito.

Mas nos bastidores, o deputado Alexandre Curi, amigo pessoal de Beto, é quem mais vibra com a possibilidade. Curi é visto como um possível candidato a vice-governador numa chapa encabeçada pelo tucano. Oficialmente, Curi defende a candidatura própria do PMDB.

Os simpatizantes de uma aliança com o senador Osmar Dias (PDT) não se expõem, mas existem. Assim como a ala que ainda vê o PT como aliado em uma composição para lançar Pessuti. Mas a candidatura de Pessuti tem um divisor de águas: o apoio do governador Roberto Requião.

“Mostrar que o Pessuti é o candidato do Requião é importante”, disse o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB). Mas esse ainda é o principal desafio do vice-governador, que não teve o aval oficial de Requião, necessário para que as bases do partido o acompanhem neste projeto.